Cotidiano

Presidente do Grammy rebate críticas de racismo

RIO ? O presidente do Grammy, Neil Portnow, rebateu acusações de que o prêmio seria racista, em entrevista ao site “Pitchfork“, após a cantora britânica Adele vencer as principais categorias da cerimônia, desbancando Beyoncé e seu aclamado álbum “Lemonade”. Contudo, não é a primeira vez que a premiação é criticada por esse motivo.

“Eu não penso que há um problema racial. É bom lembrar, não somos uma entidade corporativa, a academia tem 14 mil membros votantes. Por isso, é difícil criar uma objetividade em algo puramente subjetivo como a música e a arte. Nós fazemos o melhor que podemos”, afirmou Portnow.

Ao vencer nas categorias de álbum do ano, melhor álbum pop (por “25”), canção do ano, gravação do ano e melhor performance pop (pela canção “Hello”), a própria Adele se surpreendeu, dedicou o principal prêmio da noite a Beyoncé e quebrou o troféu ao meio.

“O que mais Beyoncé terá que fazer para vencer o prêmio de álbum do ano?”, disse a cantora em seu discurso.

É importante lembrar que o último artista negro a vencer a principal categoria do Grammy foi o pianista Herbie Hancock, em 2008.

Os destaques do Grammy 2017

Portnow também ressaltou que o grupo de membros votantes do Grammy é formado por artistas, compositores, engenheiros, produtores e diretores de arte, e que eles não escutam música baseado em gênero, raça ou etnia.

“Quando você vota em uma música ? pelo menos da forma que eu entendo isso ? é como se você vendasse seus olhos e apenas escutasse o conteúdo. O voto é baseado na forma que você reage a isso como um profissional, e encontra excelência naquilo”, rebateu ele, pontuando que Chance The Rapper venceu na categoria artista revelação, em que concorria com a maioria de artistas brancos.

“Sempre trabalhamos para aumentar a diversidade nos membros da academia, independente de etnia, gênero, sexo ou idade”, declarou Portnow. “Para manter nossa relevância, nós temos que nos atualizar a todo tempo”.