Cotidiano

Presidente do BNDES rebate críticas a programa de investimentos

RIO – A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, rebateu nesta quarta-feira críticas feitas ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado ontem e do qual o banco de fomento é um dos articuladores. Segundo ela, o governo buscou ser realista e apresentou o que era possível fazer no momento. Especialistas cobraram mais ousadia e criatividade do programa, especialmente na questão do financiamento. Maria Silvia disse ainda que não é contrária a subsídios, desde que sejam claros.

? Temos que entender que estamos numa fase de transição. Li algumas matérias nos cobrando mais ousadia, andar mais rápido. Mas não adianta ser irrealista. Não conseguimos sair de uma situação e passar para outra situação completamente diferente. Você tem um caminho. Procuramos dar realismo para os projetos ? disse ela.

A declaração foi dada na abertura da sessão especial do Fórum Nacional, no Rio, cujo tema deste ano é ?Investindo contra a crise e procurando voltar a crescer?. O fórum é organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo Reis Velloso.

Maria Silvia destacou duas mudanças nas condições de financiamento apresentadas ontem pelo BNDES: o fim do empréstimo-ponte, crédito inicial de custo prazo que era liberado logo após os leilões para que os concessionários aguardassem o financiamento de longo prazo, e a exigência de que os vencedores das licitações arquem com 20% do investimento.

? Não vamos conceder empréstimos-ponte mais. Temos uma série de concessões paradas hoje devido a regras irrealistas, projetos mal desenhados e também a um fundig que não foi estabelecido da largada. O financiamento de longo prazo terá que ser estabelecido desde o primeiro momento (no novo modelo) ? afirmou a presidente do BNDES.

Ela voltou a dizer que o financiamento será ?preferencialmente? feito por meio de debêntures (títulos da dívida), mas reconheceu que em muitos casos não será possível fazer isso desde o primeiro momento da concessão. Por isso, BNDES e Caixa Econômica Federal poderão subscrever metade dos papéis inicialmente.