Cotidiano

Premier francês diz que não cederá a opositores da reforma trabalhista

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PARIS – O primeiro-ministro da França Manuel Valls está determinado a não entrar na lista de políticos que reconheceu derrota aos manifestantes que se opõem à reforma trabalhista em andamento no Parlamento, disse a autoridade ao jornal ?Journal du Dimanche?. O sindicato linha dura CGT tem organizado protestos de rua, greves de trem e bloqueios de refinarias para pressionar o governo a desistir dos planos de reforma.

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?Se nós cedermos às ruas e ao CGT porque estamos obececados no curto prazo para 2017 (eleições presidenciais), nós perderíamos tudo?, disse o premier, segundo o jornal francês.

Segundo o governo, a reforma vai dar mais flexibilidade às empresas para combater o desemprego, hoje em torno de 10%. Já os seus detratores consideram que aumentará a insegurança no trabalho e criticam nomeadamente o artigo 2 do projeto, que dá primazia aos acordos particulares sobre as negociações de sindicatos profissionais.

Em entrevista à Reuters, o ministro das Finanças Michel Sapin afirmou que o plano para reformular as regras de trabalhistas é crucial para provar a capacidade da França de fazer reformas. Ele disse que o governo vai se manter firme apesar dos protestos de rua e bloqueios de refinarias.

? Em primeiro lugar, devemos ser firmes ? disse Sapin em uma entrevista à Reuters e a três jornais europeus. ? Fazer o contrário seria errado com os (outros) sindicatos, que apoiam o texto.

Sapin disse que concorda com a posição dura tomada por Valls e que ele tinha sido mal interpretado quando disse à rede de televisão LCP na semana passada que poderia ser possível ajustar o artigo 2.

? O artigo 2 é o símbolo da habibilidade da França em reformar ? afirmou Sapin.

O governo está sob pressão para encontrar uma solução para o impasse com o CGT sobre a reforma trabalhista a poucos dias antes do início do campeonato de futebol Euro 2016 na França, que a representação sindical ameaça interromper.

A entidade trabalhista moderada CFDT apoia a reforma que permitirá que as empresas demitam com mais facilidade em tempos difíceis, mas também dará mais poder aos sindicatos para negociar acordos com cada empresa e não em âmbito nacional.