Cotidiano

Premier diz que Parlamento escocês pode vetar saída do Reino Unido da UE

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EDIMBURGO – O Reino Unido pelo qual o povo escocês votou no referendo de independêncida de 2014 ?já não existe? devido ao Brexit, declarou neste domingo a primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon. Ela afirmou que o Parlamento escocês poderia vetar a aprovação do Brexit, que precisa passar pelo consentimento dos paralamentos regionais autônomos da Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. Uma segunda votação pela independência ?é muito provável?, disse a autoridade em um programa de televisão da rede BBC.

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Nicola disse que “certamente” poderia bloquear a legislação necessária caso fosse necessário para defender os interesses escoceses. Após a população britânica votar para sair da União Europeia, ?meu desafio é decidir a melhor maneira de proteger os interesses da Escócia, como posso prevenir que nos tirem da UE contra nossa vontade?, explicou Sturgeon.

? Se o Parlamento escocês julgasse isso com base no que é certo para a Escócia, então a opção de dizer que não votaremos por algo que é contra o interesse da Escócia é claro que estará na mesa ? defendeu Nicola. ? Não me entenda mal, eu me importo com o resto do Reino Unido, com a Inglaterra, é por isso que estou tão desapontada com a decisão que foi tomada peloa Reino Unido. Mas meu posto de primeira-ministra, o trabalho do Parlamento escocês, é julgar essas coisas com base em qual é o interesse do povo da Escócia.

A premier afirmou que haverá “consequências profundamente danosas e dolorosas do processo de tentar desprender o Reino Unido da UE”.

? Quero tentar proteger a Escócia disso ? disse Nicola à BBC.

O referendo de quinta-feira definiu a saída do bloco econômico por 51,9% votos a favor e 48,1% contra ? resultado que revelou um país polarizado e que contribuiu para o pânico nos mercados globais, que encerreram o pregão de sexta-feira em forte queda.

A Escócia, assim como a Irlanda do Norte, votou majoritariamente pela permanência na UE. Os escoceses votaram 62% a favor de manter a ligação com o bloco econômico e 28% se opuseram à ideia.

201606260743533650_RTS.jpg? Isso não será uma reedição do referento de 2014 ? indicou Nicola. ? O Reino Unido pelo qual a Escócia votou em 2014 já não existe. A realidade é que não há regras, não há precedentes ? acrescentou.

Pesquisas apontam que a opção separatista volta a crescer entre os escoceses após a comoção em torno da vitória do Brexit.

? A independência é meu ponto de partida neste assunto ? afirmou a chefe de governo, destacando a prioridade em permanecer na UE.

Segundo ela, seria “inconcebível” o governo central britânico proibir a Escócia de realizar outro referendo de independência. Nicola Sturgeon pertence ao Partido Nacionalista Escocês, que chegou ao poder após o referendo de 2014.

? O que acontecer daqui em diante deverá ser negociado ? alertou a líder.