Cotidiano

Prematuros submetidos ao método canguru se tornam adultos mais saudáveis e promissores

RIO- Um estudo publicado na revista “Pediatrics” revelou que o método canguru utilizado para assistência de bebês prematuros faz com que as crianças fiquem mais saudáveis e promissoras na vida adulta. Segundo a pesquisa, os recém-nascidos submetidos ao contato com a pele da mãe ou do pai se tornam pessoas menos estressadas, com salários mais altos e cérebros maiores que aqueles que ficaram na encubadora.

Para realizar o estudo, os cientistas observaram um grupo de jovens de 18 a 20 anos nascidos na Colômbia. Entre os participantes, havia aqueles que foram submetidos à incubadora e os que foram tratados com o método canguru.

“Esse estudo indica que o método canguru tem efeitos sociais e comportamentais significativos e duradouros mesmo 20 anos após a utilização da técnica. Acreditamos que essa é uma intervenção eficiente e poderosa, com base científica, que pode ser usada em diversas realidades, por eauqeles com acesso restrito ou irrestrito aos serviços de saúde”, afirmou a pesquisadora Nathalie Charpak, da Fundação Canguru, na Colômbia.

A primeira observação dos cientistas durante a pesquisa foi que a utilização do método canguru contribuía para um menor índice de mortalidade precoce. Enquanto a taxa de mortalidade dos bebês tratados com incubadora foi de 7,7%, a das crianças submetidas ao método canguru era de 3,5%.

“Uma das nossas hipóteses é que ao colocar a criança no peito da mãe, do pai ou do cuidador, o cérebro do bebê está em contato com um ambiente menos estressante. O método canguru também cria um clima no qual os pais se tornam progressivamente mais conscientes da criança e mais propensos a cuidar delas de maneira mais sensível”, explica a pesquisadora.

O salário médio dos bebês que mantiveram o contato com a pele dos pais logo após o nascimento foi 53% maior que o das crianças que ficaram na encubadora. De acordo com a pesquisa, os pertencentes ao primeiro grupo ficaram mais tempo na escola e eram crianças menos agressivas, características que também refletiram em uma vida familiar mais amorosa.

Entre outros aspectos, os cientistas também identificaram uma maior desenvolvimento do cérebro desses bebês em comparação com aqueles que ficaram na encubadora.