Cotidiano

Prefeitura de Niterói abre mão de fiação subterrânea em obra da Transoceânica

NITERÓI – A prefeitura de Niterói abriu mão de cumprir a promessa de enterrar toda a fiação elétrica ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes, uma das intervenções anunciadas como parte das obras da Transoceânica. A mudança de planos ocorre após acordo entre o município e as concessionárias de energia elétrica e telecomunicações, que seriam responsáveis por transferir suas redes aéreas para o subsolo.

Prevista no projeto, a medida acabaria com o emaranhado de fios que riscam a paisagem urbana e deixaria as calçadas livres para os pedestres. Em vários pontos do trecho já concluído da Transoceânica, entre o Corpo de Bombeiros e a Avenida Central, o piso tátil para guiar deficientes visuais foi colocado na mesma reta dos postes, alguns deles novos, substituídos durante as obras. Os obstáculos também estão presentes no percurso da nova ciclovia, que ficará na calçada sentido Centro. Mas, nesse caso, a prefeitura informou que irá realinhar os postes para desobstruir o percurso das bicicletas. Já os postes localizados no caminho sinalizado para deficientes devem permanecer onde estão.

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O secretário municipal de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier, confirma que a prefeitura abriu mão da fiação subterrânea. Ele, entretanto, garante que o piso tátil foi instalado de acordo com normas técnicas de acessibilidade.

? Essa decisão foi um acordo entre prefeitura e as concessionárias de energia e telecomunicações. Houve um entendimento de que hoje não é o melhor momento para aterrar a fiação ? disse Barandier.

?MOMENTO NÃO É PROPÍCIO?

Segundo o secretário de Urbanismo, a intervenção poderia afetar o cronograma da obra.

? Por um lado, era uma boa oportunidade para trocar a fiação, uma vez quese abriram todas as trincheiras e isso estava previsto no projeto urbanístico. Por outro, entendemos que o momento econômico não é propício. Essas empresas têm que estar hábeis, ou correríamos o risco de atrasar todo o projeto se uma concessionária não cumprisse aquilo. Por prudência, houve esse entendimento ? justifica Barandier.

Morador de Piratininga, o comerciante Leandro Vasques lamenta a decisão.

? Desviaram o olhar do problema. Essa bagunça de fios elétricos é muito feia, parece que nunca foi feita uma limpeza ou manutenção nesses postes. E, além da poluição visual, há os riscos. Toda semana aparece um fio caído no meio da calçada ? critica Vasques.