Cotidiano

?Prefeito tem que chamar para si responsabilidade da segurança?, diz Freixo na Maré

RIO – Após participar de seu primeiro debate nas eleições, o candidato à prefeitura Marcelo Freixo (PSOL) começou o sábado de campanha com uma caminhada na favela da Maré. No coração de uma das regiões mais violentas da cidade, Freixo defendeu a criação de conselhos de moradores, ações direcionadas aos jovens moradores e mais integração entre os governos municipal e o governo estadual, responsável pela Polícia Militar e pelas principais ações na área de segurança pública, como as UPPs.

? O prefeito tem que chamar para si a responsabilidade da segurança. A segurança não é estadual, não é federal, é do lugar que você vive, da cidade, da pessoa. Não vou controlar polícia, não vou armar guarda municipal, mas (sobre) a vida das pessoas eu tenho responsabilidade ? disse o candidato, que estava acompanhado pela filha, Isadora, e da candidata a vereadora Marielle Franco, moradora da Maré.

Campanha10-09Freixo é opositor à política de segurança do governo estadual, mas disse que, se eleito, buscará estabelecer um diálogo.

? Há uma relação republicana. Independente do que a gente pensa politicamente, tem um respeito republicano que a gente tem que sentar e tem que conversar ? afirmou.

As queixas sobre a segurança pública não demoraram a aparecer entre moradores que circulavam pela feira da rua Teixeira Ribeiro, uma dos principais acessos ao complexo de favelas, que beira a Avenida Brasil.

? Está muito difícil. O maior problema é a segurança. Já fiquei no meio do fogo cruzado com o meu filho no colo ? disse uma moradora, mãe de um menino de oito meses, após se queixar da falta de oportunidades de emprego. ? Não quero panfleto, quero trabalho.

Na semana passada, o candidato Alessandro Molon (Rede) chegou a alterar sua programação, ao visitar o complexo de favelas, após um boato sobre a presença de traficantes armados. Na manhã deste sábado, Freixo seguiu acompanhado de membros de movimentos sociais locais. A agenda do candidato incluía a inauguração de um núcleo do PSOL no local.

Menos de 12 horas após o debate promovido pela Rede TV!, na noite de sexta-feira, Freixo se disse satisfeito com sua participação. No primeiro debate de candidatos do Rio, ele foi impedido de participar devido ao seu partido ter menos de nove representantes na Câmara dos Deputados.

? Eu gostei muito.
A gente está na metade da campanha. A gente tem pouco tempo de televisão, então as redes sociais e as ruas estão conseguindo manter a gente na disputa. Acho que o debate ontem ajudou a diferenciar, ajudou a mostrar que a gente tem programa e tem chance de governar o Rio ? disse Marcelo Freixo.

O candidato do PSOL manteve os 11% das intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira. Ele está tecnicamente empatado com Jandira Feghali (PCdoB), com 8% (antes tinha 7%); Pedro Paulo (PMDB), com 8% (antes tinha 5%); Indio da Costa (PSD), com 6% (antes tinha 4%); e Flávio Bolsonaro (PSC), com 6% (antes tinha 9%).