Cotidiano

Prefeito inaugura estação de tratamento de esgoto da Zona Oeste

ete.jpgRIO – Apontado pela prefeitura como um legado ambiental dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o prefeito Eduardo Paes inaugurou na manhã desta quinta-feira a nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Zona Oeste para tratar efluentes dos bairros de Bangu, Deodoro, Realengo, Padre Miguel, Magalhães Bastos, Jardim Sulacap e Vila Militar. Com capacidade de atendimento a 430 mil pessoas, a estação, localizada em Deodoro, é a maior dentro da concessão de saneamento da Área de Planejamento 5 (AP-5), que abrange 21 bairros da Zona Oeste, o que corresponde a 48% do território municipal.

A partir de novembro, quando atingir sua capacidade plena de trabalho, 65 milhões de litros de esgoto deixarão de ser despejados diariamente na Baía de Guanabara ? equivalente ao esgoto coletado e tratado na cidade de Niterói. Com a entrega, a prefeitura cumpre os seus dois compromissos ambientais olímpicos: o saneamento de 100% da região da Bacia do Rio Marangá – a mais populosa da Zona Oeste ? e a criação do Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, feita em 2012, após a extinção do Lixão de Gramacho.

Segundo a prefeitura, com o início da operação, imediatamente 230 mil pessoas passam a ser atendidas e 35 milhões de litros de esgoto deixam de ser despejados diariamente na Baía de Guanabara. Isto equivale 1.450 caixas d’água por hora de efluente tratado. No inicio da gestão, quando a prefeitura assumiu a prestação do serviço de saneamento da região, a cobertura em toda a AP-5 se limitava a 5% da população local. Em 2015 este índice superou os 21% e, com o início do funcionamento da ETE, atingirá 31%. A meta é chegar aos 50% de cobertura no final de 2016, levando-se em conta a ampliação da rede promovida pela concessão e por iniciativas da prefeitura, como o projeto Bairro Maravilha.

A estação em Deodoro é parte da primeira fase de investimentos da concessionaria Foz Águas 5 no projeto de saneamento da AP-5. Com ela, estão sendo entregues também 200 km de novas redes, 11 Estações Elevatórias de Esgoto e 25 mil novas ligações domiciliares, com investimentos de R$ 640 milhões.

Ainda serão construídos mais 113 km de redes e 17 mil ligações para o atendimento da meta contratual do quinto ano (2017) da concessão, que será cumprida com antecedência, em novembro de 2016. Ao final desta fase, serão 313 km de redes construídas e 18 elevatórias, mais de 40 mil novas ligações domiciliares, além de outras 18 Estações operando em toda a AP5, das quais sete foram reativadas pela concessionária e outras que passaram por reforma ou ampliações.

A antiga ETE Deodoro atendia 20 mil pessoas até 2012, quando a concessionária iniciou a sua reforma e passou a operá-la, tratando os esgotos domésticos de 44 mil pessoas. A adoção da tecnologia holandesa Nereda, que reduz o tempo do processo mantendo sua eficácia, amplia em 10 vezes a capacidade da planta original, passando a atender 430 mil pessoas.

ÁREA DE PLANEJAMENTO ABRANGE CINCO BAIRROS

A Área de Planejamento 5 abrange os bairros de Bangu, Barra de Guaratiba, Campo Grande, Campo dos Afonsos, Cosmos, Deodoro, Gericinó, Guaratiba, Inhoaíba, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pedra de Guaratiba, Realengo, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Sepetiba e Vila Militar. Um território correspondente à metade da área da cidade do Rio de Janeiro e que concentra cerca de 30% da sua população. Se fosse uma cidade, a AP5 seria a oitava mais populosa do Brasil, à frente de Manaus, Recife e Porto Alegre.

Estas características fizeram do modelo da AP5, que tem investimentos na ordem de 2,4 bilhões, a maior concessão em saneamento básico no país. Em 2027 a cobertura chegará a 80% e, em 2037, a 90%. Ao todo serão instalados cerca de 2.000 km de rede coletora e interceptores.

Além de ser a área de maior crescimento populacional projetado (1,77% ao ano até 2020) da cidade, a Zona Oeste do Rio de Janeiro é uma das regiões que mais sofre com a falta de saneamento. Além de combater as doenças causadas por esta carência, o projeto gerou cerca de três mil postos de trabalho diretos e indiretos, sendo que aproximadamente 80% dos empregados são moradores da AP5.