Cotidiano

Prefeito eleito de Embu das Artes é acusado de lavagem de dinheiro e tráfico

SÃO PAULO – A Justiça ordenou nesta sexta-feira a prisão do prefeito eleito de Embu das Artes, na Grande São Paulo. Acusado de ligação com o tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro, Ney Santos (PRB) não foi encontrado pela polícia até as 13h e é considerado foragido. Ele estaria viajando com a família. Na terça-feira, o prefeito eleito de Osasco, também na Grande São Paulo, Rogério Lins (PTN) teve a prisão decretada em outra investigação.

Além de Santos, o Ministério Público (MP) pediu a prisão de outras 13 pessoas relacionadas ao esquema. Segundo as investigações, o grupo usaria postos de gasolina para lavar dinheiro do tráfico de drogas para a principal facção criminosa do estado de São Paulo.

Santos é presidente da Câmara Municipal de Embu das Artes. Em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, ele afirmou ter R$ 2,1 milhões, sendo que R$ 1,6 milhões em espécie. O prefeito eleito de Embu disse ser dono de seis postos de gasolina, uma empresa de publicidade e uma casa.

Policiais fizeram buscas na residência da mãe do político. O imóvel, em Embu das Artes, tem campo de futebol, piscina e churrasqueira. Um material foi apreendido e será levado ao laboratório para que seja confirmado se é algum tipo de droga.

A assessoria de imprensa de Santos informou, às 13h30, que ainda não tinha tido contato com o prefeito eleito nem com seus advogados.

FERRARI DE R$ 1 MILHÃO

A operação recebeu o nome de Xibalba, palavra que representa o submundo na mitologia maia. Ao todo, além dos 14 mandados de prisão preventiva, a Justiça determinou 49 mandados de busca e apreensão nas cidades de Embu das Artes, Osasco, Taboão da Serra, Carapicuíba, Cajamar e São Paulo.

Não é a primeira vez que Ney Santos tem seu nome relacionado ao tráfico de drogas. Em 2010, ele foi alvo de uma investigação de lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, adulteração de combustível e formação de quadrilha.

Na época, a polícia apreendeu computadores, máquinas de contar dinheiro e uma Ferrari avaliada em mais de R$ 1 milhão em seus endereços ? o carro não está mais em sua lista de bens. Em entrevista ao GLOBO em setembro deste ano, Santos afirmou que a investigação era ?intriga política?

Na terça-feira, outro prefeito eleito da Grande São Paulo teve a prisão decretada. Na Operação Caça-Fantasmas, a Justiça decretou a prisão de Rogério Lins e outros 13 vereadores de Osasco acusados de desviar R$ 21 milhões em um esquema de contratação de funcionários fantasmas.