Cotidiano

Prazo correndo

Uma das casas no mesmo terreno em que Maria Conceição Queiroz Meira, a Maria Paraguaia, vivia no Loteamento Novo Mundo, no Bairro Cascavel Velho, deverá ser desocupada até o dia 30 novembro. No total são três casas no mesmo espaço e uma delas já foi desocupada.

Por conta das investigações com relação à mulher, acusada de manter menores em situação análoga à escravidão, o poder público decidiu que os imóveis onde ela e outras famílias moravam e que foram cedidos pela Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) deverão ser desocupados por conta de desvio de finalidades.

O secretário de Administração, Cletírio Feistler, afirmou que a partir de informações e análise de termos dos convênios firmados no passado pelo Município com a Cohapar, a Prefeitura notificou essas pessoas a desocuparem os imóveis para que fossem devolvidos à Companhia colocando fim ao impasse. Uma casa já foi desocupada e a da Maria Paraguaia está fechada, mas com os móveis no interior.

Notificação

Ainda em 2015 o Município foi notificado pela Companhia para que realizasse a devolução dos imóveis, uma vez que as finalidades que justificavam o convênio não eram atendidas.

Na casa de Maria Paraguaia, onde ainda estão os móveis dela, deveria funcionar uma clínica odontológica pública e ao lado uma casa de sopa para a população carente. No mesmo terreno foi construída ainda uma casa de madeira para abrigar uma terceira família.

A polícia teve conhecimento dessa situação com a denúncia de Maria Paraguaia de que um menino de pouco mais de um ano havia sido abandonado no local. Após investigações, foi constatado que uma menina de nove anos e uma adolescente de 17, sem documentos, viviam com Maria Paraguaia, que permanece detida em Corbélia.

A polícia segue com investigações para descobrir a família dos três menores e há suspeita do tráfico internacional de pessoas, já que eles têm origem paraguaia.

Após a determinação para desocupação dos imóveis, houve polêmica por conta de que as famílias teriam autorização da Cohapar para se instalarem no local.

Cohapar

O coordenador regional da Cohapar, Severino Folador, afirma que aguardará o posicionamento da prefeitura para definir os próximos encaminhamentos. “Ainda não há uma definição do que será feito com os imóveis. Precisamos da notificação das desocupações para que, então, o caso seja analisado pelo Estado”. A prefeitura deverá oficializar a entrega dos imóveis após a desocupação da última casa.