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Prata de Yulia Efimova provoca críticas de Michael Phelps

efimova.jpgRIO – Depois de liderar boa parte da disputa, a russa Yulia Efimova foi superada pela americana Lilly King na final dos 100m peito e teve que se contentar com a medalha de prata na noite de sexta-feira, no Centro Aquático Olímpico, na Barra da Tijuca. Além de ter que assimilar o mau resultado, a atleta precisou lidar com a reação de parte do público, que a vaiou, e com críticas de atletas dos EUA, como a medalhista vencedora da prova e o multicampeão Michael Phelps, que condenam a participação da nadadora nos Jogos Olímpicos por ela já ter sido flagrada duas vezes em exames anti-doping.

NATAÇÃO 08-08? Que alguém tenha testado positivamente, não uma, mas duas vezes e, mesmo assim, tenha a oportunidade de nadar nestes jogos é algo que parte meu coração. Eu gostaria de poder fazer algo contra isto, porque macula o esporte ? afirmou Phelps, depois de garantir presença na final dos 200m peito masculino.

Mesmo com a medalha de ouro no peito, conquistada após estabelecer o novo recorde olímpico da prova, com a marca de 1m05s50, a jovem Lily King, de 19 anos, não desperdiçou a chance de alfinetar a rival, a quem já havia recusado cumprimentar na eliminatória.

? Definitivamente, especialmente por ser minha primeira Olimpíada e por ganhar meu primeiro ouro competindo de forma limpa, isso tem um sabor especial. A pressão sempre vai estar ali, mas eu repito o que disse: nado pelo que eu acho que é limpo. Não acho que isso tenha aumentado a pressão sobre mim ? afirmou.

HISTÓRICO POLÊMICO

Efimova foi suspensa entre outubro de 2013 e fevereiro de 2015 depois de um exame ter encontrado traços do esteroide anabolizante DHEA. A nadadora russa foi punida novamente depois de testar positivamente para meldônio, utilizado para aumentar a oxigenação celular, o que melhora a performance dos músculos, e sua participação nos Jogos Olímpicos era incerta até mesmo o dia da cerimônia de abertura da competição.

A nadadora estava na lista inicial de atletas banidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, que a liberou para competir na Rio-2016, porque a substância não era proíbida até o ano passado e a nadadora não poderia ser punida duas vezes pelo mesmo problema.

A medalhista se emocionou depois de receber a medalha e se defendeu das críticas.

? Cometi erros e fiquei suspensa por 16 meses. Mas, na segunda vez, não foi um erro meu. Eu não sei se preciso explicar para todo mundo ou não, mas tenho questões sobre coisas que todos os atletas usam. Você utiliza proteínas e, amanhã, alguém diz que isso está na lista de itens proibidos. Aí isso permanece no seu corpo por seis meses e alguém diz que você é dopada. É sua culpa? ? indagou.

A russa volta à piscina nesta terça-feira, às 13h47m, para a disputa da eliminatória dos 200m peito. Mais polêmica à vista.