Aos 38 anos, a vida apenas começou para Fernando Prass na seleção brasileira. Sem nunca ter sido lembrado em uma convocação da seleção principal, o goleiro do Palmeiras foi chamado por Rogério Micale para a seleção olímpica, que tentará um ouro inédito nos Jogos de 2016, no Rio. Prass comparou sua situação com a de um casal que tenta ter filhos por muitos anos, e só consegue após ter praticamente perdido as esperanças:
– Comparo muito com um casal que está tentando ter filhos desde cedo, se esforça e não consegue. Depois de um certo tempo desencana daquilo e acaba conseguindo. Te traz muito mais felicidade, até porque se é uma coisa pensada muito tempo vai gerando muita expectativa, e quanto maior o tempo maior é a felicidade – afirmou Prass na primeira entrevista coletiva da seleção olímpica na Granja Comary, após se apresentar nesta segunda-feira.
A seleção olímpica se prepara em Teresópolis até a estreia nos Jogos Olímpicos do Rio, dia 4 de agosto, contra a África do Sul, no estádio Mané Garrincha em Brasília.
LIDERANÇA NATURAL
A experiência de Prass credencia o goleiro a ser um dos líderes da seleção olímpica em busca do título inédito nos Jogos do Rio, e foi um motivo citado pelo técnico Rogério Micale para justificar a convocação inédita do experiente jogador. Prass, contudo, afirma que o papel de líder tem que aparecer com naturalidade.
– Conversei com ele (Micale) após a convocação para me apresentar. Ele citou a liderança, a experiência, a questão técnica. Mas a liderança, na seleção e em qualquer outra equipe, não é uma obrigação. Vai acontecer naturalmente, do mesmo jeito que um menino de 19, 20 anos pode aparecer como líder. Vai muito da pessoa – explicou o goleiro.
– Às vezes a gente acha que o líder é aquele que fala mais, gesticula mais, e não é. Já estive em muitos vestiários nos quais o líder, para quem estava de fora, passava quase despercebido – completou Prass.
