Cotidiano

PR confirma 1º caso de febre amarela e “esconde” outros 3

Vítima é uma mulher de 36 anos que viajou para Mairiporã (SP) em dezembro

Curitiba – A Secretaria de Saúde de Curitiba confirmou na tarde de quarta-feira (31) o primeiro caso de febre amarela do Paraná neste ano. A vítima é uma mulher de 36 anos, que entre os dias 22 e 30 de dezembro, viajou para Mairiporã (SP), uma das cidades paulistas com maior incidência da doença.

O caso, considerado importado, também foi confirmado pela Sesa (Secretaria Estadual da Saúde). De acordo com o Estado, outros três casos estão em investigação e só será divulgada a localização do paciente se os exames comprovarem a presença do vírus. Caso contrário, não serão detalhadas as notificações.

Procurada pela reportagem de O Paraná, a Sesa não se manifestou oficialmente sobre a primeira confirmação e não informou a localidade dos casos suspeitos. A situação gera apreensão em todo o Estado, porque cria expectativa de onde possam estar esses casos, se na capital ou no interior, e se há riscos de haver novas transmissões.

Na terça-feira (30), levantamento do Ministério da Saúde apontava quatro casos suspeitos de febre amarela no Paraná, dos quais um foi confirmado ontem, e informava que outros 14 haviam sido descartados.

Histórico

Há uma década o Paraná registrava seu último caso de febre amarela autóctone. Em 2008, o município de Laranjal, que fica na região central do Estado, confirmou a doença. Em relação aos óbitos, os últimos também ocorreram naquele ano, em Maringá (caso importado) e em Laranjal.

Além da vigilância de casos, o Estado também acompanha o óbito de macacos e faz a coleta de mosquitos. Apenas em 2017 foram investigados 182 pontos suspeitos em 89 municípios, o que corresponde a 22,3% do território estadual. O último inquérito foi realizado no mês de dezembro e, até agora, todos os resultados foram negativos para a presença do vírus.

Brasil já registra 81 mortes

De 1º de julho de 2017 a 30 de janeiro deste ano, o Brasil registrou 213 casos de febre amarela, sendo que 81 pessoas morreram. Segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 1.080 casos suspeitos, sendo que 432 foram descartados e 435 permanecem em investigação.

A febre amarela é transmitida por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana (transmitido pelo Aedes aegypti) registrado no País foi em 1942 e todos os confirmados até então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.