Agronegócio

Potencial de exportações agro é tema de live com adidos agrícolas

O adido agrícola na União Europeia, Bernardo Todeschini, destacou o Mercado Comum Europeu como o segundo maior importador do agro brasileiro depois da China, com um desembolso de US 140 bilhões anuais

Curitiba – O governo do Estado busca cada vez mais a internacionalização da economia paranaense, em especial as exportações de produtos do agronegócio. Numa live realizada nessa terça-feira (27) com adidos agrícolas do Ministério da Agricultura na Comunidade Europeia, Estados Unidos, Arábia Saudita e África do Sul, os secretários da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, abordaram o desempenho e as potencialidades do Paraná em ocupar uma presença maior no mercado internacional.

O adido agrícola na União Europeia, Bernardo Todeschini, destacou o Mercado Comum Europeu como o segundo maior importador do agro brasileiro depois da China, com um desembolso de US 140 bilhões anuais. Disse que os países do bloco são muito rígidos na área sanitária e de resíduos químicos.

Segundo ele, a oportunidade no momento é ampliar a exportação de carne suína e citou o interesse do bloco em políticas de energia renovável e redução de emissão de carbono. Lembrou, ainda, que os países europeus valorizam estratégias de políticas sociais e sanitárias como incentivo ao cooperativismo, sustentabilidade social, certificações, estrutura fundiária.

O adido agrícola nos Estados Unidos, Felipe Guerra Lopes disse que, no ano passado, o país importou US$ 153 bilhões em produtos brasileiros e que até agosto deste ano já havia importado o equivalente a US$ 116 bilhões. Segundo ele, o Brasil tem oportunidades para elevar as exportações de produtos florestais, café solúvel, rações, peixes e frutas industrializadas.

O adido agrícola na Arábia Saudita, Marcel Moreira Pinto, citou o papel de liderança no Golfo Pérsico, ressaltando que quem consegue acessar o mercado saudita está apto a exportar a qualquer país do Golfo. O Brasil, disse, se destaca com as exportações de carne de frango, mas também com exportações de açúcar, soja, milho, carne bovina e produtos florestais.

Segundo ele, a tendência é ampliar as importações de lácteos, frutas, cafés especiais e carnes de ovinos, lembrando que os sauditas dão muita importância para a confiança nas negociações e na qualidade dos alimentos, sendo muito rígidos também em protocolos sanitários.

Na África do Sul, explicou o adido agrícola Jesulindo Nery de Souza Júnior, as oportunidades para o Brasil são as exportações de carnes. Lembrou que o mercado é mais protecionista com questões tarifárias e que são muito influenciados pela imprensa europeia quando o assunto é meio ambiente.

O principal atrativo do Estado é a qualidade dos produtos e a alta produtividade, fatores aliados ao desenvolvimento sustentável e à preocupação e responsabilidade com o meio ambiente. Os adidos falaram das potencialidades do Paraná e do Brasil nos mercados em que atuam.

A live foi transmitida ao vivo pelo canal da TV Paraná Cooperativo no Youtube, da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná). Participaram cerca de 200 pessoas entre líderes da agropecuária e produtores, presentes em salas nas cooperativas e sindicatos rurais.

Exportações

Segundo Norberto Ortigara, o Paraná praticamente dobrou sua participando no mercado internacional, de 6% para 13%. “É um estado que tem cadeias produtivas bem diversificadas e que está trabalhando muito para ter densidade, volume, escala, preço competitivo e qualidade de seus produtos”.

O secretário destacou que o Estado vem se esforçando para ter uma presença maior nos mercados internacionais, não só com commodities, mas também com alimentos processados, como carnes de boi, frango, suíno, peixe, produtos lácteos e agro, como madeira, papel e celulose, fécula de mandioca, frutas e produtos do setor sucroalcooleiro.

O Paraná, reforçou Ortigara, segue todos os protocolos sanitários estabelecidos pelos países compradores dos produtos paranaenses, ressaltando que o Estado se prepara para dar um salto importante a partir de maio de 2021, quando poderá ser reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa sem vacinação, assim como será diferenciado de um bloco de 14 estados brasileiros com a erradicação da peste suína clássica.

O secretário lembrou que o agro paranaense participa com 72% a 77% do esforço exportador do Estado, índice que subiu neste ano. De janeiro a setembro, cerca de 82% de tudo o que o Paraná exportou tem a ver com produtos do agronegócio. “O foco é ampliar ainda mais a presença nesses importantes mercados e também na Ásia”.