Cotidiano

Porto Seco retoma confiança após fase de estagnação

De pratos indonésios a leite em pó made in EUA, terminal alfandegário movimentou US$ 10 milhões no primeiro semestre deste ano

Cascavel – Um lote de 288 mil pratos de vidro para sopa da Indonésia, narguilés produzidos no Egito e pelo menos 10 mil vindos direto da China. Esses apenas alguns produtos que chegam são desembarcados todos os meses em um barracão de dois mil metros quadrados pertencente ao Porto Seco de Cascavel, terminal alfandegário presente desde 2003 no complexo da Ferroeste. Hoje, o Porto Seco trabalha especificamente na modalidade de cargas gerais, sem envolver as commodities, apesar de contar com uma estrutura para realizar os procedimentos.

O Porto Seco de Cascavel foi construído estrategicamente para impulsionar a economia regional e expandir e cruzar a fronteira dos negócios pelo mundo. Depois de um boom experimentando em 2013, com o volume de mercadorias somando US$ 100 milhões no ano, despencou em 2014 com a queda na movimentação financeira de 50%. Agora, começa a apresentar sinais de reação. No primeiro semestre deste ano, fechou com uma movimentação alfandegária de US$ 10 milhões.

Percebe-se uma tendência no momento para a migração de empresas para o Paraguai. Nesta semana, duas máquinas de gráfica aguardavam para se transportadas até o país vizinho. Das 70 empresas atuantes no Porto Seco, ao menos 10% já ergueram estrutura no Paraguai, atraídos pela baixa carga tributária e burocrática, além da mão de obra barata. Para o analista administrativo do Porto Seco, Leandro do Nascimento Costa, um momento igual ao de 2013 só daqui a dois menos no mínimo, se a economia mantiver certo equilíbrio.

O movimento de caminhões no Porto Seco nos últimos dias cresceu pelo menos 80%. Tudo por conta da lentidão no desembaraço de mercadorias importadas e exportadas pela Estação Aduaneira do Interior de Foz do Iguaçu, que vive dias difíceis agravados pela greve dos fiscais do Ministério da Agricultura. Os caminhões que procuram o Porto Seco de Cascavel, são os que dependem de deliberações aduaneiras do Mapa.

As perspectivas para o segundo semestre são otimistas, conforme Leandro do Nascimento Costa. “Há situações futuras bem promissoras, ante a alguns contratos já fechados que podem superar a movimentação de cargas estabelecida no semestre anterior”, comenta. A Receita Federal comunica que todas as mercadorias que entram ou saem do porto, seguem uma legislação específica, quando é feita a verificação e desembaraçada a carga, tornando-se passível de chegar ao seu destino.

Em 2009, o Porto Seco de Cascavel sofreu um grande incêndio, ocasionando em sua reestruturação posteriormente. O momento foi crucial para o estabelecimento de novas parcerias comerciais. A maior movimentação de mercadorias é procedente do Paraguai.