BRASÍLIA. Em meio a ocupações, risco de fraudes e erros de última hora na lista de escolas com Enem adiado, o governo apelou para uma ajuda divina. Maria Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), agarrou-se a uma imagem de Nossa Senhora Aparecida num momento de descontração durante reunião com o ministro da Educação, Mendonça Filho, e com a equipe técnica do órgão, ainda no primeiro dia do exame, no sábado.
Naquele momento, Maria Inês brincava com parceiros da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que participavam de uma videoconferência, sobre a logística de remessa das provas. Ela se espantou ao notar que havia um boneco de pinguim sentado em uma das cadeiras vazias da sala de reunião dos colegas da estatal. Foi informada, então, que se trata do mascote da empresa. E logo sacou a santa para ser a “representante” do Inep.
? Por isso não, mascote por mascote, eu trouxe a minha. Essa é a história. Acabou que essa foto foi parar no Facebook ? disse Maria Inês, rindo.
Brincadeiras à parte, a presidente do Inep diz ser devota de Nossa Senhora Aparecida e conta que ganhou a imagem de uma especialista em avaliação como um presente para ser colocado na sala de trabalho dela, em Brasília. No domingo à noite, após o Enem finalizado, Maria Inês e outros colaboradores foram jantar na casa do ministro para comemorar a realização do processo, sem esquecer de agradecer à santa.
Este ano, o Enem foi afetado pelas ocupações das escolas. Em 405 locais, a aplicação teve que ser adiada, prejudicando cerca mais de 270 mil participantes. Além disso, duas escolas com acesso livre tiveram o Enem adiado por erro do governo, que as incluiu na lista de locais ocupados de forma equivocada. Mesmo assim, a aplicação da prova foi considerado um “sucesso” pelo governo, nas palavras do ministro Mendonça Filho.
