RIO – De acordo com o IBGE, a crise no mercado de trabalho já colocou 5,5 milhões de pessoas na fila do desemprego, desde outubro de 2013, período considerado pré-crise pela instituição. O aumento da taxa em outubro, em relação ao trimestre encerrado em julho, ocorreu porque aumentaram as demissões. Apesar disso, o grupo de desempregados ficou estável. Isso ocorre, segundo o IBGE, porque as pessoas que ficaram desempregadas sequer foram procurar uma nova vaga, seja porque a demissão é muito recente ou porque está desestimulado a procurar, o que seria desalento.
? Embora o contingente de desocupados esteja estável, temos aumento do grupo de pessoas fora da força na mesma magnitude da queda da população ocupada em outubro, em relação ao trimestre encerrado em julho. Tudo indica que as pessoas que perderam emprego não foram procurar outra vaga. Mas ainda não sabemos quem são essas pessoas e porque elas não foram buscar trabalho. Pode ser desalento ? analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Cimar ressaltou, ainda, que a queda de 2,6% na população ocupada na comparação com o mesmo período do ano passado é a maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), iniciada em 2012.
? O dado mais alarmante desse trimestre encerrado em outubro é a perda de 604 mil pessoas na passagem de trimestre na população ocupada, às vésperas do fim do ano, quando o desemprego já tinha de ceder por conta das contratações temporárias – avalia Azeredo.
