Cotidiano

População idosa do Paraná quase vai dobrar em 15 anos

Em 2030, pessoas com mais de 60 deverão responder por 20,91% da população

Cascavel – O aumento da expectativa de vida do brasileiro e a diminuição na taxa de fecundidade são dois fatores para o crescimento da população acima de 60 anos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida ao nascer em 2015 é, segundo a projeção, de 75,44 anos.

E no Paraná, a tendência é de que pessoas entre 60 anos até os centenários representem 20,91% da população em 2030. Atualmente, são 1.415.921 idosos, 13% da população do Estado, que é de 11,1 milhões.

Em 15 anos, conforme dados do Instituto, esta representação praticamente dobrará, passando a 2.518.516 pessoas. A estimativa populacional em 2030 é de 12.045.491 habitantes. No Brasil, dos mais de 204 milhões de habitantes, 11,71% são idosos, ou 23.940.885 pessoas. Em 15 anos, serão 41 milhões. 

O IBGE apresentou também a estimativa populacional dos brasileiros até 2060. Nesse caso, os idosos respondem por 33,71% da população total do País, o correspondente a 73,5 milhões de pessoas. A queda começará a ser registrada em 2044. Nesse período, serão 59.868.456 idosos no Brasil. O número de habitantes chega a 228.264.820. Daí em diante, a estimativa é de redução. Entre 2044 e 2060, a queda poderá chegar a quase dez milhões de pessoas, chegando a 218.173.888.

No batente mesmo aos 80

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE mostra a condição de ocupação de idosos, de 60 a mais de 70 anos. Conforme recente levantamento, 179.067 paranaenses que se encaixam nessa faixa etária permaneciam com alguma ocupação.

Um dos exemplos é o aposentado Luiz Antonio Gaffuri, 80, e que há 15 anos já recebe aposentadoria. Morador de Cascavel e antigo proprietário de uma lanchonete, Luiz viu a necessidade de continuar no mercado de trabalho depois de dois anos sem exercer a profissão.

A pausa ocorreu depois dos 65 anos. Nesse período, o comerciante, além de sentir no bolso a redução na renda familiar, percebeu que ainda não era hora de parar.

“Sinto-me muito melhor trabalhando e, mesmo aposentado, quero continuar no comércio por muito mais tempo”. Luiz comenta que a desvalorização do real e o alto custo de vida contribuíram à sua permanência no mercado. “Minha aposentadoria, que antes garantia uma boa renda, hoje já não dá para quase nada”.

Luiz trabalha ao lado da antiga lanchonete, no mesmo ramo. Apesar de uma boa parcela de idosos ainda permanecer no mercado, há número expressivo de pessoas desocupadas. São 1.112 paranaenses. A maior fatia está distribuída entre os não economicamente ativos, que somam 429.617 idosos no Estado.

(Com informações de Marina Kessler)