Cotidiano

Poluição de rios e lagoas suja mar da Barra da Tijuca

mancha.jpgRIO – A pouco mais de dois meses para a Olimpíada do Rio, a poluição continua a ser um
problema sem solução nas lagoas da Barra, vizinhas à Vila dos Atletas e ao
Parque Olímpico. Ontem, uma equipe do GLOBO sobrevoou a região acompanhada pelo
biólogo Mário Moscatelli, flagrando concentrações de esgoto nas imediações das
instalações. Uma das principais causas do despejo de esgoto sem tratamento na
região é a ocupação irregular das margens dos rios. Moscatelli organiza uma
manifestação para o próximo dia 4, na Praia do Pepê, na Barra, para chamar a
atenção das autoridades sobre a situação. Links_gigogas

O estado tinha um plano para despoluir as lagoas, mas
ficou no papel depois que o Ministério Público Federal questionou detalhes do
licenciamento ambiental do projeto. Como paliativo até o evento, há apenas uma
solução: tentar evitar que o lixo chegue perto das instalações. O secretário
estadual do Ambiente, André Corrêa, informou a Moscatelli que planeja instalar
no fim de julho quatro novas ecobarreiras na região. A operação terá ainda o
apoio de três ecobarcos.

A deterioração das lagoas também é evidenciada por
monitoramentos feitos pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Ao todo, o
Inea coleta amostras em 12 pontos, incluindo o Arroio Pavuna e os rios Pavuninha
e Camorim. Em uma das últimas inspeções realizadas no início do ano, todos os
trechos foram reprovados pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), que usa nove
indicadores para avaliar se as águas podem ou não ser usadas para consumo
humano. Entre os parâmetros, estão as concentrações de coliformes fecais e
também do nível de nitrogênio dissolvido, substância que serve de nutriente para
as algas que proliferam pela região. Em sete pontos, a concentração de
coliformes era igual ou superava 1,7 milhão por 100 mililitros de água, o máximo
possível de se medir. Eram os casos do Arroio Pavuna e do Rio Pavuninha, que são
vizinhos ao Parque Olímpico.