Cotidiano

Polo têxtil: estruturas e ações impulsionarão indústria do vestuário

Setor têxtil terá ações e estrutura para alavancar os negócios

Terra Roxa - 10-10-2020 - Moda infantil - Confecção Aconchego do Bebê -Foto : Jonathan Campos / AEN
Terra Roxa - 10-10-2020 - Moda infantil - Confecção Aconchego do Bebê -Foto : Jonathan Campos / AEN

 

 

Cascavel – A união do Poder Público com o setor empresarial da cidade está caminhando para que Cascavel tenha o setor têxtil fortalecido, com objetivo de gerar mais renda, qualificar mão de obra e ainda auxiliar na administração das empresas ligadas ao setor. O primeiro passo está sendo dado e em breve dois barracões estarão sendo construídos por meio do Poder Público, para sediarem ações e treinamento do Polo Têxtil da cidade.

A criação do Polo nasceu no antigo Núcleo Setorial de Uniformes da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), que atualmente se tornou o Núcleo de Confecção Têxtil da cidade. O projeto busca promover uma ampla profissionalização, principalmente entre costureiras e confecções, e dar suporte a empresas em formação e já em atividade no município. A proposta é criar e, gradualmente, consolidar um polo têxtil que possa levar o nome de Cascavel às mais diferentes regiões, gerando negócios e renda.

 

Estruturas físicas

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico de Cascavel, Hivonete Picoli, o primeiro passo é a construção de duas estruturas físicas que estão na fase de assinatura de contratos. A licitação foi feita e uma empresa foi habilitada para fazer a obra com custo de R$ 2,3 milhões para dois barracões. Um deles será construído próximo ao Terminal de Transbordo do Brasmadeira e o outro perto do Estádio Olímpico.

“Nesses ambientes é que vamos realizar as ações de capacitação, cursos e ainda queremos criar um balcão de negócios para aproximar os empresários dos trabalhadores”, disse a secretária. Hivonete Picolo destacou que, segundo dados levantados pela a secretaria, a cidade tem cerca de 2 mil faccionistas (profissional que presta serviços terceirizados às oficinas de costuras ou grandes confecções) formais e mais de 3 mil que trabalham na informalidade. O objetivo é a promoção de políticas públicas para este setor para auxiliar na formalização das empresas, além de ampliar o rendimento das pessoas.

 

Parceria

Para isso, o Polo está sendo criado por meio de uma parceria de um comitê gestor com várias entidades, um grupo de trabalho que desenvolve as ações que fomente o setor. “Estamos nesse grupo de trabalho construindo um modelo de gestão que seja eficiente”, salientou. Uma das primeiras ações vai ocorrer no dia 17 de maio, no Anfiteatro Emir Sfair, com o primeiro encontro de costureiras, faccionistas e empresários.

Segundo ela, haverá também disponibilidade de crédito por meio da Fomento Paraná com aval da Prefeitura Municipal. O projeto contempla, inclusive, estudos sobre possibilidades de importação e exportação de mercadorias. O polo têxtil vai dar atenção às mais diferentes segmentações da cadeia da fabricação de roupas e confecções.

 

Núcleo têxtil

A coordenadora do Núcleo de Confecção Têxtil da Acic, Maria Helena Covezzi, contou que para dar mais segurança e chances de sucesso ao projeto, uma comitiva será formada para visitar municípios onde modelos de produção semelhantes já funcionam. A intenção é conhecer esses ambientes, ver como trabalham e, principalmente, qual é e como o modelo de gestão foi implantado. A estruturação do polo ocorrerá gradativamente, mas além de incentivos em estrutura e equipamentos, serão investidos recursos em capacitações continuadas. “Tudo para que o melhor de informações sobre produção, mercado, tendências e negócios sejam compartilhadas”, reforçou.

Maria Helena adiantou que, inicialmente, devem visitar duas cidades que tem modelo de Polos: Santa Bárbara (PR) e Caxias do Sul (RS), que segundo ela, tem um modelo de negócio que deu certo. “Queremos acertar no nosso modelo, porque muitas cidades tiveram as suas estruturas desativadas, e estamos colocando esforços para dar certo”, disse. Segundo a empresária, o último levantamento realizado pelo núcleo apontou que a cidade tem cerca de 360 empresas formalizadas, mas que tem muitas na informalidade. “Nosso mercado é muito amplo, atinge os mais variados segmentos, desde a serigrafia, bordados, facção, mas a maioria terceiriza grande parte desse serviço, quase todo o trabalho”, explicou, lembrando ainda que o setor faz desde a modelagem, o corte, facção e a finalização do produto.

 

 

Crédito: Núcleo Têxtil/Acic