Cotidiano

Político corrupto em 'A lei do amor', ator já foi convidado para fazer teste de sofá

divulg-vinicius-bertoli.jpgRIO ? Fazer o mal sem olhar a quem é o lema do deputado federal Arlindo Nacib, personagem de Maurício Machado em ?A lei do amor?. Movido pelo poder em suas diversas manifestações, o político está envolvido em esquemas de corrupção, é suspeito de ser mandante do atentado que deixou Fausto (Tarcísio Meira) em coma e matou Suzana (Regina Duarte), e ainda trai a mulher. Esses elementos são um prato cheio para o ator, de 44 anos, quase 30 de carreira e estreante no horário nobre da Globo.

? Arlindo é o retrato do político com que a gente se depara diariamente. Ele acha que pode comprar todo mundo, está envolvido em esquemas com empreiteiras. Nem o casamento dele foi por amor. É um bon vivant interesseiro e inescrupuloso. É o erro em pessoa ? define o artista, que visitou a Câmara de Vereadores de São Paulo para dar vida ao personagem.

Nacib ainda tem prazer em bancar novinhas com o objetivo de levá-las para a cama. Foi ele quem iniciou Camila (Bruna Hamú) na prostituição, tema que merece uma reflexão do ator:

? Não julgo o livre arbítrio de cada um, mas a vida é feita de escolhas e ninguém é tão ingênuo ou desinformado que não saiba discernir os caminhos e as consequências disso. Existem atalhos que levam ao objetivo rapidamente, mas, lá na frente, vai ter um preço.

Nascido e criado no bairro do Rocha, filho de um padeiro e de uma costureira, Maurício se deparou cedo com as dificuldades da vida. No início da carreira, ouvia do pai que ser ator era ?coisa de viado?, e recebia alguns convites nada nobres.

? Mulheres e homens já tentaram me comprar, tive oportunidade de fazer o teste do sofá, mas nunca cogitei a possibilidade de me aproveitar de qualquer pessoa para conseguir trabalho, dinheiro, bens materiais… Me orgulho de ter ido para São Paulo aos 15 anos, realizado o meu sonho e de ainda ver o meu pai virar meu fã. Ele era muito católico, sonhava que eu fosse diplomata ou tocasse a padaria, não era exatamente preconceituoso ? recorda o proprietário do teatro J. Safra, em São Paulo, onde mora atualmente.

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Ex-coroinha, já distante das missas, Maurício se diz um homem sozinho (a mãe também morreu), que caminhou com as próprias pernas:

? Tenho uma história solitária, sem apoio de ninguém, nem dos meus pais. Virei um empreendedor por necessidade, para sobreviver, porque não ia ficar de braços cruzados, esperando um convite. Venci, tenho 40 funcionários, estou tocando sete projetos, mas a minha luta para pagar as contas é diária.