Policial

Policiais civis são presos acusados de ?aliviar? situação de criminosos em troca de dinheiro

Seis pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (15) em operação deflagrada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Entre os presos da Operação NFL estão cinco policiais civis e uma pessoa que agia como se fosse policial, “trabalhando” na delegacia da cidade – mesmo não sendo agente público. A ação é coordenada pelo Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Em paralelo à Operação, foi apresentada denúncia criminal acusando os suspeitos dos crimes de associação criminosa, peculato, concussão e corrupção passiva.

Segundo o Gaeco, o pseudo policial agia usurpando função pública em combinação e com o aval dos policiais. Ele fazia levantamentos em residências onde havia suspeita de alguma prática criminosa e em certos casos negociava valores para que, já na delegacia, os policiais ‘aliviassem’ a situação da pessoa envolvida. Além disso, agindo como se fosse agente público, cobrava dinheiro em nome da Polícia Civil para um suposto calendário.

Num dos casos citados na denúncia, dois policiais exigiram dinheiro para alterar a situação de uma pessoa detida – em vez de tráfico de drogas, classificariam a comunicação oficial à Justiça como uso de entorpecente. Chegaram, inclusive, a devolver uma pequena porção de droga ao detido.

Em outra situação, segundo o Gaeco, houve uma negociação em que foram pedidos R$ 40 mil, um veículo e um relógio para deixar de anotar que a pessoa presa tinha outro envolvimento em outro crime, em que figuraria com nome distinto, o que poderia piorar a situação dela perante o Judiciário.

Em outro fato citado na denúncia houve exigência de R$ 50 mil de suspeitos de homicídio para não solicitar prisão cautelar à justiça.

NFL são as iniciais dos nomes de alguns dos envolvidos no caso. Além do combate à criminalidade organizada, o Gaeco é o braço do MP-PR que atua no controle externo da atividade policial.

Corregedoria

A Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), informou por meio de nota que está acompanhando a operação deflagrada pelo Gaeco na manhã desta quarta-feira (15), com o objetivo de prender cinco policiais civis de Araucária.

Em paralelo a ação criminal do Gaeco, a Corregedoria da Polícia Civil abrirá um procedimento administrativo interno para apurar as responsabilidades administrativas dos servidores.

A direção da Polícia Civil enfatiza que qualquer ato em desconformidade com as regras de conduta contidas nas leis e no estatuto da Polícia Civil será rigorosamente apurado.