Cotidiano

Polícia procura cúmplices de terrorista de atentado contra Berlim na Itália

ROMA ? Um dia após o tunisiano acusado do atentado que matou 12 pessoas na segunda-feira em Berlim ter sido morto por policiais de Milão, na Itália, autoridades do país procuram eventuais cúmplices de Anis Amri. A suspeita é que ele tenha viajado da Alemanha até a cidade italiana para encontrar aliados que pudessem abrigá-lo, enquanto forças de segurança o procuravam por toda a Europa. No entanto, ele foi parado por dois policiais após desembarcar durante a madrugada de um trem em Milão, no que era apenas um procedimento regular de patrulha. A abordagem terminou rapidamente em uma troca de tiros, que matou o jovem tunisiano na hora.

Agora, agências de segurança da Itália começaram a investigar a sua movimentação na sua viagem de trem ? que começou na Alemanha, passou pela França e terminou em Milão. Antes disso, apenas algumas horas depois do atentado, ele foi filmado em uma mesquita de Berlim. Mas ainda não está claro como ele conseguiu chegar até a França, onde embarcou no primeiro trem, sem ser reconhecido ou preso por autoridades no caminho.

Amri já tinha passado por uma experiência que mudou a sua vida na Itália. Na Sicília, ao Sul do país, ele ficou preso por quase quatro anos. Passou por seis prisões neste período, uma vez que o seu mau comportamento dentro da cela fazia com que autoridades decidissem por transferi-lo com frequência. Ele muitas vezes, segundo autoridades, provocava seus companheiros de cela ou tentava começar rebeliões. E a sua família, incluindo dois dos seus irmãos, disse acreditar que foi justamente neste período que ele se radicalizou.

O tunisiano foi morto ao lado da estação ferroviária de Sesto San Giovanni, um distrito nos arredores de Milão que tem uma grande população muçulamana. Em sua maioria, os imigrantes vêm do Norte da África. O chefe da polícia de Milão, Antonio De Iesu, no entanto, assegurou à imprensa que Anis Amri não tinha ligação com a mesquita de Sesto.

A estação ferroviária onde a polícia interpelou Amri na sexta-feira às 03 h é também um terminal de metrô e importante plataforma de ônibus por onde transitam inúmeros estrangeiros diariamente.

? Aqui sou controlado todos os dias pela polícia, quando saio do ônibus ? relatou Aziz, um jovem trabalhador marroquino da região ? À noite, o lugar é deserto, o que pode explicar o fato de uma pessoa sozinha ter chamado a atenção de uma patrulha.

A cidade italiana de Milão já esteve relacionada à atividade terrorista no passado recente. Em abril, quatro pessoas foram presas por planejarem ataque contra o Vaticano e a embaixada israelense em Roma. Dois dos principais suspeitos teriam recebido instruções do Estado Islâmico (EI).