Cotidiano

Polícia Civil confirma hipótese de vingança em assassinato de Itumbiara

BRASÍLIA – O diretor da Polícia Civil de Goiás, Álvaro Cássio dos Santos, confirmou ao GLOBO que a hipótese mais provável é que o ex-servidor público Gilberto Ferreira do Amaral matou o candidato à prefeito de Itumbiara José Gomes Ferreira (PTB), conhecido com Zé Gomes, por vingança pessoal e não por uma suposta conspiração política. Amaral partiu para o ataque e atirou 13 vezes contra Gomes e outros políticos que estavam ao lado dele sem se preocupar em cobrir o rosto, se proteger de uma eventual reação ou mesmo preparar uma rota de fuga.

? Deu a entender que foi um ataque suicida ? disse o diretor.

Em geral, em crimes de encomenda, matadores tentam preservar a identidade, evitam risco de contra-ataque e escolhem locais de onde possam escapar sem maiores dificuldades. Amaral deixou o próprio carro numa área congestionada. Se não tivesse sido morto pelos seguranças do vice-governador José Eliton Júnior (PP), seriam mínimas as chances dele fugir no próprio carro devido ao volume do tráfico na região central de Itumbiara. Não há, até o momento, qualquer indício de envolvimento de uma outra pessoa no crime.

O ataque de Amaral contra Gomes resultou também na morte do cabo da Polícia Militar Vanilson João Pereira, que fazia a segurança do vice-governador. José Eliton e o advogado Célio Rezende, que estavam próximos a Gomes, também foram feridos a bala. Depois de passar dois dias na unidade de tratamento intensivo do Hospital de Urgências de Goiânia, estão se recuperando e devem receber alta nos próximos dias. Pelas informações médicas, não haveria mais risco de morte.

O ex-servidor público matou o candidato à prefeito na tarde de quarta-feira, quando Gomes, o vice-governador e outros políticos participavam de uma carreta pelas ruas de Itumbiara. A tese sobre vingança pessoal surgiu a partir da análise das circunstâncias do crime e foram reforçadas pela informação de que, antes do assassinato, Gomes ou um segurança do ex-candidato teria dado um tapa no rosto de Amaral numa área pública em Itumbiara. A policia recebeu a informação sobre a briga e, agora, está tentando checar os dados.

? Teve o motivo do tapa na cara ? Alguém viu ? Estamos atrás disso ? disse Cássio Santos.

A polícia também está fazendo o rastreamento das ligações pessoais e políticas de Amaral, ex-auxiliar de serviços gerais da secretaria de Saúde de Itumbiara. Antes do crime, ele teria atuado como cabo eleitoral do vereador Rogério. Teria também declarado apoio a um dos adversários de Gomes. Investigadores não vêem, no entanto, qualquer laço entre as atividades políticas de Amaral ou dos adversários com o assassinato do candidato do PTB, Ex-deputado federal por quatro mandatos e ex-prefeito, Gomes era favorito absoluto a vencer as eleições.

? Zé Gomes tinha 75 a 80% das intenções de votos. Não estava nem mesmo fazendo campanha. A carreata (onde acabou sendo assassinado) era um dos primeiros atos de campanha dele ? disse o diretor.

Cássio Santos afirma ainda que a Polícia Civil está trabalhando intensamente e que, “em breve”, o caso será definitivamente esclarecido.