Cotidiano

Polícia argentina teria agredido chanceler venezuelana em Buenos Aires

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BUENOS AIRES – Um dia depois da reunião dos chanceleres do Mercosul em Buenos Aires, uma nova polêmica envolvendo a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, instalou-se entre os países do bloco. Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro afirmou que sua ministra havia sofrido uma fratura de clavícula provocada por uma queda em meio ao empurra empurra entre funcionários venezuelanos e a polícia federal argentina na quarta-feira. No entanto, outro importante dirigente chavista, o ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello, afirmou que a chanceler sofreu um golpe nas costas e teria um hematoma.

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Em meio às acusações contraditórias das altas autoridades venezuelanas, o canal de TV venezuelano VTV divulgou imagens mostrando Delcy dentro do Palácio San Martin, sede da chancelaria argentina, onde foi realizado o encontro discutindo com funcionário locais e caminhando perfeitamente sem expressar nenhum tipo de dor.

No vídeo do canal venezuelano, que teria sido gravado por algum membro da delegação enviada pelo governo Maduro, a chanceler entra na sala, onde estiveram reunidos pouco antes os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e reclama da ausência de uma bandeira da Venezuela.

Essas imagens são posteriores ao momento em que Delcy decide desafiar a barreira policial que protegia a chancelaria argentina e entrar à força no palácio. Esse foi o momento de maior tensão do episódio, no qual, segundo o governo Maduro, ela teria sido agredida fisicamente pela polícia argentina. Mas não existem imagens da suposta agressão.

Apesar da suspensão de seu país no Mercosul (ou seja, a perda de voz e voto), pela não incorporação de normas internas centrais do bloco, a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy decidiu ir a Buenos Aires para participar da reunião de chanceleres.

As reuniões técnicas começaram na segunda-feira, com a participação dos quatro países fundadores do bloco e, também, membros associados, entre os quais a Bolívia. Especulou-se com a ausência da delegação boliviana, em gesto de solidariedade com a Venezuela, mas o governo do presidente Evo Morales enviou técnicos e negociadores a Buenos Aires.

Por meio da rede social Twitter, a chanceler afirmou que ficou sabendo da reunião e que a ?a Venezuela, em defesa legítima de seus direitos e interesses, assim como da institucionalidade do Mercosul?, participaria desse encontro. Para evitar um escândalo ainda maior, o bloco decidiu não convocar uma cúpula presidencial.

Ontem à noite, Maduro, afirmou, em Havana, que ?ninguém? vai tirar seu país do Mercosul, ao denunciar um ?plano retrógrado? da ?tríplice aliança de governos da extrema direita?, em referência a Brasil, Argentina e Paraguai.

? Nada ou ninguém vai nos tirar do Mercosul porque o Mercosul pertence aos povos ? declarou Maduro ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, em um ato que comemorou o 12º aniversário da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba).