A Polícia Militar do Rio de Janeiro admitiu, em nota divulgada nesta segunda-feira, que houve dificuldades para reunir o efetivo requisitado à segurança do clássico entre Botafogo e Flamengo devido às manifestações de familiares de policiais no domingo. Segundo a assessoria da PM, “uma fração” de policiais do Gepe, responsáveis pela segurança dentro do estádio e pela escolta de torcidas organizadas, não conseguiram sair do quartel a tempo do jogo.
Flamengo x Botafogo – Repercussão da briga
Com isso, ainda de acordo com a PM, foi necessário “remanejamento de policiais de outras unidades para cobrirem o jogo”. Embora não informe o número exato de policiais por questões estratégicas, a assessoria da PM contestou a informação de que somente 65 policiais participaram da segurança no interior do Engenhão.
“Cabe dizer ainda, que o número de policiais relatados na súmula não foi o real e sim uma informação preliminar, tendo em vista, que os apoios não chegaram ao mesmo tempo e sim de forma gradual, devido às dificuldades encontradas nesse remanejamento do efetivo”, diz a nota.
A ata da reunião pré-jogo previa atuação de 170 policiais do Gepe. O número de 65 policiais na operação do jogo foi citado na súmula da partida e reiterado na segunda-feira pelo diretor de competições da Federação do Rio (Ferj), Marcelo Vianna.
– O efetivo exato só a Polícia Militar pode responder. Eu apenas fui informado que teria condição de jogo e me foi relatado por um oficial da presença de 65 policiais na área interna – explicou Vianna, por email, ao GLOBO.
De acordo com o “Sportv”, policiais chegaram a combinar informalmente de só chegar ao clássico no intervalo do jogo, sem realizar o policiamento nas horas anteriores à partida. Uma torcida organizada do Botafogo chegou a reclamar que teve de ir sem escolta policial ao Engenhão, contrariando um procedimento padrão em jogos de maior apelo.
Perguntado se o Gepe atuou no clássico, inclusive na revista de torcedores na entrada do estádio, Vianna limitou-se a afirmar que “o Gepe estava presente”. O diretor de competições da Ferj declarou ainda que não houve, por parte das forças de segurança, qualquer sinalização de que a partida poderia ser adiada devido a problemas no efetivo.
– A realização da partida não esteve em xeque em nenhum momento. Qualquer jogo pode ser adiado por fenômenos naturais ou mediante a decisão de um órgão público e competente. Isso não foi me passado pelas forças de segurança.