BUENOS AIRES – Se já não é comum encontrar um dragão de metal na residência de alguém, é ainda mais improvável que dentro dele haja um cofre oculto para esconder dinheiro. Mas, na Argentina, um alto funcionário kirchnerista ficou sob suspeita após ter tido uma caixa-forte encontrada em sua casa, dentro da escultura. Walter Carbone, diretor administrativo do Gabinete de Daniel Scioli (ex-governador de Buenos Aires e candidato derrotado à Presidência), negou irregularidades. mosteiro
O caso veio à tona após o promotor Álvaro Garganta organizar uma operação numa fazenda onde vive Carbone, na estrada entre Buenos Aires e La Plata. De acordo com a Polícia Federal, o dragão de metal que fazia parte da decoração do jardim tem quatro metros e uma bandeira argentina ao lado. Depois de revistarem o objeto, os agentes notaram a presença do cofre, que será aberta em público na quinta-feira.
O local foi revistado como parte de uma investigação por uso irregularidades de recursos públicos pelo governo kirchnerista na província de Buenos Aires, também derrotado nas últimas eleições. Scioli é alvo de investigações por supostos enriquecimiento ilícito e lavagem de dinheiro.
Na fazenda de Carbone, as autoridades procuravam documentos que dessem maiores indícios sobre um possível manejo irregular de recursos públicos. A autora da denúncia que levou à investigação, a deputada Elisa Carrió, afirmou que “havia outras caixas-pretas” em instituições públicas e casas de dirigentes próximos à ex-presidente Cristina Kirchner.
Enquanto Cristina é alvo de investigações por suposta lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo sócios e negócios da família, vários ex-funcionários de seus governos foram presos e são investigados por diversos crimes. Num caso que chamou a atenção do país, o ex-secretário de Obras Públicas José López foi preso após ser flagrado escondendo US$ 9 milhões em joias e dinheiro num mosteiro.
