Cotidiano

Polêmica de fundação e bate-boca com pastor prejudicam Trump

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WASHINGTON – Sem conseguir aproveitar o momento de fraqueza de sua oponente, a democrata Hillary Clinton, o candidato republicano Donald Trump se envolveu numa série de novas polêmicas. Somente na quarta-feira, ao menos quatro episódios geraram dores de cabeça para o magnata. Os dois também começaram a detalhar seus estados de saúde, incluindo remédios que tomam, após Hillary sair com a imagem arranhada por ter tentado ocultar a pneumonia que foi diagnosticada na sexta-feira ? e passar mal num evento no domingo. trump

Além de ter batido boca com um pastor em Flint ? o religioso era contra campanhas em sua igreja ? Trump foi confrontado por uma forte ofensiva de congressistas democratas. Eles pediram investigação sobre a doação de US$ 25 mil da Fundação Trump, em 2013, a um grupo político que respalda a procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi. Ela estudava empreender medidas legais contra a Universidade Trump, mas a investigação acabou perdendo força no estado. A iniciativa serve, no mínimo, como tática para levantar dúvidas sobre o magnata e impedir que sua campanha decole.

Um levantamento nacional da CNN apontava Trump e Hillary empatados com 39% das intenções de votos, com outros candidatos somando 10%. Por outro lado, o episódio da saúde da democrata segue marcando a campanha. Na quarta-feira, a 55 dias das eleições, as pesquisas mostraram o enfraquecimento dela, sobretudo em estados-chave para a eleição de novembro, como a Flórida e Ohio, onde apareceu atrás de Trump. A rejeição aos dois, no entanto, continua alta: 22% não querem nem um nem outro.

Hillary, que deve retomar a campanha na quinta-feira, deu mais detalhes sobre sua saúde. De acordo com os novos dados passados por sua médica, Lisa Bardack, a pneumonia da candidata é leve, apenas em parte do pulmão direito, e tem causa bacteriana. A médica reafirmou que Hillary não tem problemas que a impeçam de assumir a Casa Branca. Bardack informou que a candidata foi posta em antibióticos por dez dias, tem bons resultados do nível de colesterol e toma remédios para a tireoide, sem gravidade. Seu vice, Tim Kaine, também divulgou seu histórico.

?O resto de seu exame físico completo foi normal, e ela está em excelente condição mental?, revelou a médica numa carta divulgada pela campanha, tentando desfazer o mal-estar causado pela demora em admitir que Hillary tinha pneumonia.

E assim como ela, Trump também divulgou os resultados dos exames que fez na semana passada, mas não de forma geral. Ele gravou uma participação no ?Dr. Oz Show?, que vai ao ar na quinta-feira, na qual mostrou ao médico e apresentador a sua situação. Segundo o que foi adiantado pelo programa, Trump tem bom estado de saúde, apesar de tomar remédios para controlar o colesterol. O republicano, de 1,92m, pesa 107 quilos e quer perder, ao menos, sete. Críticos afirmaram que ele não foi transparente ao exibir os exames, em apenas uma página.

Como se não bastasse, um congressista republicano chegou a afirmar, numa entrevista ao vivo à CNN, que a legenda havia sido hackeada por russos. Mas, minutos depois, o deputado Michael McCaul, presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara de Representantes, voltou atrás e disse que havia ?feito uma confusão?, e que queria ter dito que ?alguns republicanos? haviam sido hackeados. No fim de julho, o WikiLeaks divulgou uma série de e-mails de líderes democratas, em que ficava claro que a cúpula do partido tentou favorecer Hillary nas primárias.