Cotidiano

PMDB quer liderança do governo na Câmara

BRASÍLIA – Insatisfeito com o aumento do espaço do PSDB no governo Michel Temer, o PMDB passou a pleitear a liderança do governo na Câmara, hoje ocupada por um representante do centrão, André Moura (PSC-SE). O assunto tem sido discutido no grupo da bancada como uma das soluções para ampliar a representatividade dos peemedebistas depois que Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi substituído pelo tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo.

? A bancada não pretende fazer indicação para o Ministério da Justiça. Lá será um perfil técnico, da escolha do presidente. A bancada ainda não definiu os espaços que pretende ocupar, mas cresceu muito o sentimento de que a liderança do governo deve ir para o PMDB ? afirma o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP).

Um dos nomes cogitados no grupo foi do irmão de Geddel, o deputado Lucio Vieira Lima, que disputou e perdeu a vice-presidência da Câmara. Lucio, no entanto, não demonstrou interesse pelo cargo. O deputado José Priante (PMDB-PA), que abriu mão de disputar a vaga de vice-presidente da Câmara, defende que somente a liderança do governo não irá contemplar o partido. E desafia o líder Baleia Rossi a assumir a função.

? A liderança do governo é um espaço de gestão. No desenho do governo, ficamos sub-representados. O Baleia pode ser um bom líder do governo. Ele não está sendo um bom advogado para a bancada, mas para o governo é um excelente advogado. O que queremos saber é se é possível fazer mexida mais ampla para dar ao PMDB um espaço compatível com seu tamanho ? afirma Priante.

Depois de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defender em entrevista ao GLOBO sua demissão do cargo de líder do governo, André Moura (PSC-SE) diz continuar no páreo. Ele afirma não ter recebido qualquer sinal do Palácio do Planalto de que pode perder a vaga.

? Quem tem que decidir é o presidente Temer. Estive hoje no Planalto, despachei com o ministro Eliseu Padilha e com o ministro Imbassahy, organizando a pauta de votação do governo, tratando da comissão especial da Previdência, tocando a vida do mesmo jeito. Não tenho que ter outra atitude que não esta. Estive com o presidente várias vezes e o que ele conversou comigo foi totalmente contrário a uma saída minha ? disse Moura.

Em entrevista ao GLOBO neste sábado, Maia disse preferir um nome ?mais afinado com o presidente da Câmara? e que André Moura ?sem dúvida, não é?.

? O líder do governo não foi imparcial nesse processo eleitoral. Eu acho que eu produzo melhor com um líder mais afinado comigo. Não é o caso do André Moura ? pontuou.