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PM salvo de tiro de fuzil por celular em colete balístico durante ataque em Guarapuava celebra: 'A partir do ano que vem, dia 17 faço aniversário'

Cabo Wendler, da PM, foi atingido quando criminosos alvejaram viatura; outros dois PMs que estavam no carro se feriram. Assaltantes fugiram sem levar dinheiro, segundo governo do estado

PM salvo de tiro de fuzil por celular em colete balístico durante ataque em Guarapuava celebra: 'A partir do ano que vem, dia 17 faço aniversário'

Um disparo na altura do coração, distante um celular e um colete à prova de balas do órgão. Foi assim que o cabo Wendler, da Polícia Militar (PM), foi salvo após ser alvo de um tiro durante o ataque a uma empresa de transporte de valores de Guarapuava, na região central do Paraná.

No domingo (17), ele foi atingido pelo grupo criminoso que invadiu a cidade para a tentativa de assalto quando estava dentro da viatura. Ele não se feriu pois, de acordo com a PM, o projétil não atingiu o militar ao acertar o celular do agente, que estava no bolso do colete balístico.

Diante do que ele chamou de “nascer de novo”, o cabo afirmou que vai comemorar a data como um novo aniversário.

“Graças a Deus, nasci de novo. Como a viatura estava em movimento e o celular é pequeno, amorteceu entre 50% e 60% do impacto. Agora acabei de tirar o projétil dentro da placa balística […] nasci de novo. A partir do ano que vem, dia 17 faço aniversário”, celebrou.

 

Filha do policial compartilhou imagem do celular atingido nas redes sociais — Foto: Divulgação/Anne Wendler

Filha do policial compartilhou imagem do celular atingido nas redes sociais — Foto: Divulgação/Anne Wendler

A fala foi feita em um áudio enviado em um aplicativo da mensagens.

O militar também lembrou dos companheiros de corporação que estavam com ele no momento em que a viatura foi alvejada. Dois deles foram atingidos e encaminhados para um hospital, além de um morador da cidade que também se feriu.

“Meu parceiro está na UTI, com a cabeça estourada, o outro está com as duas pernas estouradas. Meu celular fica na frente, no meu peito, no meu coração. Se não tivesse o celular teria passado e perfurado o coração. Graças a Deus, muitas orações de todo mundo não aconteceu […]”, ressaltou.

O militar também diz que a pessoa para quem está enviando mensagem está em busca de um novo aparelho celular para ele, ao que ele frisa não ser uma urgência, já que “a vida é mais importante”.

Viatura alvejada

Segundo a PM, a viatura em que o policial Wendler e outros dois PMs estavam foi fuzilada por criminosos por volta de 22h30, logo após eles saírem do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM) para início de uma ronda.

Ainda de acordo com a PM, Wendler foi o responsável por levar ao hospital o policial Ricieri Chagas, que estava na mesma viatura e foi atingido pelos criminosos com um disparo na cabeça.

Até segunda-feira (18), Chagas estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava. Nas redes sociais, familiares e amigos pedem orações e doação de sangue para o agente de segurança.

Outro policial que estava na viatura era o cabo José Douglas Bonato. Em um áudio compartilhado por ele pouco após o tiroteio, Bonato falou da ação de Wendler e, também, do sentimento de terror enquanto a viatura era alvejada.

O ataque

O ataque aconteceu entre o fim da noite de domingo e começo da madrugada de segunda-feira (18). De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), os assaltantes fugiram sem levar dinheiro.

Segundo o relato de testemunhas, os suspeitos fizeram moradores reféns e fecharam os acessos da cidade. Os criminosos colocaram fogo em dois veículos em frente ao batalhão da Polícia Militar para dificultar a ação dos agentes de segurança.

A secretaria informou ainda que doze veículos usados pelos bandidos foram localizados. Desse total, quatro deles foram queimados e usados como barreiras pelos criminosos.

Além disso, foram apreendidos dez armas de fogo, um carregador, munições, capacetes, coletes balísticos, balaclavas, facas, celulares e lanternas, um par de placas de veículo e R$ 1,4 mil em espécie

A Polícia Civil informou ainda que está realizando investigações de alta complexidade com o cruzamento de informações do setor de inteligência.

Segundo a polícia, equipes de operações especiais estão nas ruas na busca pelos criminosos, acessando câmeras de segurança e coletando relatos de moradores.

Papiloscopistas também estão trabalhando na apuração de vestígios de impressões digitais em objetos, veículos e locais de crime.

G1 Paraná