Cotidiano

PM que fazia escolta de traficante resgatado faz desabafo pela internet

RIO – Um dos policiais responsáveis pela escolta do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, resgatado do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, fez um desabafo após o crime. De acordo com o telejornal RJTV, da TV Globo, em um áudio que circula pela internet ele afirma que chegou a avisar sobre um possível resgate e pediu reforço, mas que não foi atendido. Resgate – 20/06

“Fui eu que postei aí no grupo para o pessoal ficar na atividade aí, ao redor do batalhão, que esse cara ia ser resgatado. Com certeza, eu tô ali todo dia, eu fico olhando, só bobo que não enxerga isso, não acredita, passei para todos os oficiais do batalhão praticamente, ninguém fez nada, ninguém tomou atitude nenhuma. E aconteceu?, contou o policial.

Ele ainda reclama da falta de recursos para o trabalho, e diz que a única solução é rezar para não acontecer algo pior:

“Eu tava lá nessa custódia aí, os colegas que me renderam.Você pede apoio ao batalhão e ninguém faz nada. Pedi fuzil, não me deram, pedi viatura para cercar o lugar lá, não me deram. Fizeram contato com o chefe do centro, ele falou que não havia necessidade de ficar com fuzil dentro do hospital. Então, meu irmão, a única coisa que tem que fazer é rezar mesmo para não acontecer alguma coisa, porque não tem recurso. Tu pega um rádio portátil, lá dentro não funciona”, reclama o policial.

CÚPULA DE SEGURANÇA SABIA DOS PLANOS DE RESGATE

A cúpula da segurança pública do Rio sabia deste a última quinta-feira à noite dos planos dos traficantes de invadirem o Hospital Souza Aguiar para resgatarem Fat Family, de 28 anos, irmão do também traficante Marco Antonio Pereira Firmino da Silva, o My Thor. Na quinta-feira, escutas que eram realizadas pela Delegacia de Combate às Drogas (Decod), da Polícia Civil, interceptaram uma comunicação dos bandidos detalhando o plano. O caso foi comunicado imediatamente, num documento confidencial, à Polícia Militar e à cupula da Secretaria de Segurança.

Segundo fontes da Secretaria de Segurança, a comunicação da Polícia Civil realmente existiu e foi recebida pelo setor de Inteligência na quinta-feira, que repassou ao comando da Polícia Militar com a orientação de reforçar a segurança do Hospital Souza Aguiar durante o fim de semana. A PM afirmou que quatro policiais militares estavam no hospital na hora da invasão. O GLOBO apurou, entretanto, que apenas dois faziam efetivamente a escolta do traficante e que não houve reforço na segurança interna e externa do hospital.

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