Opinião

Plano de crise

Por Carla Hachmann

As forças de segurança do Paraná estão em alerta, prontas para acionar o plano de crise caso se confirme o início da paralisação dos caminhoneiros, conforme vem sendo alardeado desde o início da semana.

A princípio, o protesto teria como pano de fundo a votação das ações de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal), previstas para hoje, mas o assunto foi tirado da pauta a pedido do governo, que diz que está negociando com a categoria.

Os caminhoneiros decidiram protestar pela demora do STF em dar uma resposta final ao assunto, até porque, 14 meses depois, a tabela de frete continua sendo ignorada. E ela foi a principal reivindicação na greve de maio de 2018, que parou o Brasil durante 11 dias.

As informações sobre a mobilização dos caminhoneiros são desencontradas porque, igual ao ano passado, não existe um líder, apenas a insatisfação geral que os move.

A tabela de frete nunca foi a solução para o problema dos caminhoneiros. Até porque, especialmente agora, trata-se de uma grande contradição, quando o governo acaba de aprovar a PEC da Liberdade Econômica, buscando alternativas para assegurar o livre mercado.

O transporte rodoviário tem diversos outros gargalos que foram covardemente ignorados nesse último ano, além dos próprios gargalos logísticos do País, que continuam sendo deixados para depois.

Quando os caminhoneiros cruzaram os braços, em maio do ano passado, eles frearam a economia que vinha em um bom ritmo, tentando resgatar o crescimento. Agora, se houver outra greve, com a crise “no fundo do poço”, ninguém pode imaginar as consequências para a nação.