BRASÍLIA – A suspensão da pauta de votações no Senado pelo vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC), em meio ao afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL), é vista pelo Palácio do Planalto como “temporária”. O presidente Michel Temer recebeu relato de senadores que conversaram com o petista na noite de ontem, entre eles, o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR).
Segundo informação que chegou ao governo, Viana afirmou que não tomará nenhuma decisão isoladamente ou de forma unilateral. Assim que se consolidar o afastamento de Renan pelo Supremo Tribunal Federal, Viana se comprometeu a convocar uma reunião com todos os senadores para organizar a pauta.
O governo Temer está preocupado com a votação de dois projetos: a PEC do teto de gastos e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Quanto à LDO, o cronograma do Congresso obriga sua apreciação, impedindo até a realização do recesso parlamentar. Com isso, a prioridade do presidente é evitar que a PEC do teto acabe engavetada.
Temer poderá falar nas próximas horas com Viana, fazendo um apelo para que seja mantida a agenda de votação da PEC, prevista para ser apreciada pelo plenário do Senado em segundo turno no dia 13 e promulgada no dia 15 de dezembro.
Ontem à noite, Temer telefonou a Renan num gesto de “solidariedade” pelo seu afastamento da Presidência do Senado. Na manhã de ontem, Temer havia tomado a iniciativa de telefonar para Renan para explicar entrevista que deu ao GLOBO em que revelou que solicitou ao presidente do Senado que não votasse a lei de abuso de autoridade a pedido da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Um interlocutor presidencial afirmou que Temer esclareceu a Renan que suas declarações não tiveram o objetivo de expô-lo ou atingi-lo.
