Cotidiano

Planalto busca se descolar de projeto de reajuste de salários do STF

201604271702185956.jpgBRASÍLIA – O Palácio do Planalto busca se descolar do apoio ao projeto de aumento dos salários do Judiciário e tenta minimizar a ira dos tucanos contrários ao reajuste. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) disse que o governo não é contra nem a favor do reajuste que elevará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil os salários dos ministros do STF. No entanto, afirma que “tecnicamente” o aumento está previsto no orçamento e que foi negociado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, com o Judiciário.

Ajuste fiscal

– O projeto de reajuste não é do governo. É do Judiciário. É natural que PMDB tenha sua posição e que PSDB tenha sua posição. É natural que não haja harmonia num tema polêmico como este. O governo não tem posição contra ou a favor. Tecnicamente, para o governo, o aumento está previsto, orçado e dentro do cálculo dos gastos públicos – disse Geddel ao GLOBO.

Ele afirmou que o governo Michel Temer tem posição a favor dos projetos que foram gestados e encaminhados ao Congresso pelo PMDB, como a PEC que limita os gastos; e que ainda enviará, como as reformas da Previdência e Trabalhista.

Ontem, Geddel conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pediu que deixasse a votação da matéria para depois do julgamento final do impeachment da presidente Dilma. O projeto poderia ter sido pautado ontem, mas Renan marcou a sessão para 8 de setembro

– Pedi mais tempo para conversar com os senadores e tentar mais harmonia em meio à desarmonia que gerou esse tema.

Segundo o ministro, o ideal seria que a base aliada votasse junta contra ou a favor do projeto, mas como avalia que não será possível, disse que o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), deverá liberar os partidos para votarem como quiserem.