Agronegócio

Piscicultura em destaque

Para continuar mantendo o alto crescimento do consumo de pescados no Brasil, é preciso investir em qualidade de produto. Para atingir as exigências dos consumidores, é preciso um trabalho unificado entre indústria e piscicultores. A afirmação é de Marcelo Pauvels, assessor comercial da Copacol, maior empresa produtora de tilápia da América do Sul, com 130 mil toneladas ano, durante sua palestra sobre perspectivas de mercado na piscicultura realizada nesta quinta-feira (26) no Show Pecuário 2018. O evento, promovido pelo Sindicato Rural de Cascavel e pela Sociedade Rural do Oeste do Paraná, vai até dia 27.

Antes de chegar à parte comercial, Pauvels traçou um panorama global da produção de tilápia, carro-chefe da cooperativa. No mundo, o Brasil está em 4º lugar e o Paraná é o 1º do Brasil em produção do peixe de origem egípcia.

Apesar de o Brasil passar por um período de consumo ruim de proteína animal em geral, devido à Operação Carne Fraca e à greve dos caminhoneiros, Marcelo acredita que haverá recuperação no segundo semestre. “Desde que tenhamos qualidade. Quem compra está cada vez mais exigente e já cria uma fidelidade à marca. Por isso precisamos manter a qualidade sempre alta. Todos os anos o consumo em pescados de cultivo (tilápia, pintado e tambaqui) crescem em média 15%. Para a tilápia continuar junto, ela precisa ser excelente”, observou.

Manejo de tilápia

Gelson Hein, coordenador regional da Emater de Toledo, deu uma aula sobre manejo da criação de tilápias e passou uma visão geral da cadeia de produção de peixes, dos gargalos, dos problemas enfrentados e também das potencialidades.

Sobre os gargalos, Gelson disse que a cadeia deve estar mais organizada na base de produção. “Oscilações de preços que chegam ao consumidor final com valores altos, a qualidade final do produto que não depende apenas do piscicultor, mas também do processamento final da indústria, são pontos que precisam ser mais discutidos”, analisou. Um dos caminhos é promover uma estruturação de todo o processo da cadeia produtiva, que virá a possibilitar a redução do preço final para o consumidor, uma vez que a proteína do peixe é bem mais cara que o frango e o suíno. “No entanto, isso é uma estratégia de médio a longo prazo”.

Consulta

Sempre preocupada com os pequenos produtores, a Emater aconselha que antes de iniciar na atividade da piscicultura, que os produtores consultem o órgão público. “Contamos com médicos veterinários, engenheiros de pesca, agrônomos e engenheiros de produção para que toda a assistência necessária seja prestada”.