Cotidiano

PIB dobra em cinco anos e chega aos R$ 46,9 bilhões

Levantamento revela avanços, mas também grande disparidade entre as cidades

Foz do Iguaçu – Os dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que os 50 municípios da região oeste do Paraná têm um PIB somado de quase R$ 46,9 bilhões, com base em 2015. O Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas produzidas no País.

Os resultados são 93% maiores que os dados de 2010, quando a região alcançava um PIB de R$ 24,238 bilhões.

Entre os indicadores levados em consideração para o levantamento estão: valor adicionado bruto da agropecuária, valor adicionado bruto da Indústria, valor adicionado bruto dos Serviços – exclusive administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, valor adicionado bruto da administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, valor adicionado bruto total, impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.

Quanto à atividade com maior valor bruto adicionado, 28% da região, ou seja, 14 municípios, têm como base da sua economia a agricultura e a pecuária, seguida pelos chamados demais serviços, que envolve o processo de industrialização e outros setores relacionados ou não.

ANO A ANO

Ainda de acordo com os dados do IBGE, o PIB do oeste cresceu 14% de 2010 para 2011 (saltou de R$ 24,238 bilhões para 27,8 bilhões), 30% de 2011 para 2012 quando chegou R$ 36,8 milhões, 8% no ciclo seguinte, quando chegou, em 2013 a R$ 38,8 bilhões, 7% deste ano para 2014 (R$ 41,4 bilhões) e depois 13% de 2014 para 2015 alcançando os R$ 46,9 bilhões.

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Três cidades concentram 56% do PIB

Foz do Iguaçu é a cidade com maior PIB em todo o oeste e a sexta no Paraná, chegando, segundo o IBGE, aos R$ 12 bilhões. No Município a principal atividade, não por acaso, é a eletricidade fomentada pela Itaipu Binacional.

Com a maior população da região, Cascavel é a segunda no ranking regional e a oitava na lista estadual, com PIB de R$ 10,1 bilhões, tendo como atividade principal os chamados demais serviços. Toledo é a terceira na região e no Paraná é a 11ª, com PIB de R$ 4,8 bilhões, fomentados também pelos chamados demais serviços que envolvem, entre outros aspectos, o setor industrial e outros segmentos da economia. Vale lembrar que Toledo tem o maior VBP (Valor Bruto da Produção) Agropecuária do Estado, que ultrapassa R$ 1 bilhão.

Se por um lado os dados mostram cidades prósperas e bem posicionadas em suas riquezas, por outro indicam uma grande disparidade. Somente as três maiores cidades da região oeste concentram 56% de todas as riquezas do oeste.

Na ponta de baixo da tabela, por exemplo, Iracema do Oeste, que ocupa posição de número 364 de um total de 399 municípios no PIB estadual com um Produto Interno Bruto não superior R$ 65,6 milhões. Com essas cifras, o Município está na antepenúltima posição na região.

Na posição 380 no Estado e penúltima no oeste, com um PIB de R$ 58,4 milhões, está Iguatu; e, na posição estadual de número 390 e última no oeste com um PIB de R$ 44,9 milhões está Diamante do Sul.

Média do PIB per capita é de R$ 32,8 mil

Com uma população de 1.294.435 nos 50 municípios da região, tendo como base a estimativa populacional de 2015, o PIB per capita, ou seja, por habitante, foi de R$ 36.227, segundo divulgou ontem o IBGE.

De forma disparada, Cafelândia é onde está o maior PIB per capita do oeste, R$ 82,3 mil. O valor é sete vezes maior que o menor PIB per capita de Diamante do Sul, que chegou em 2015 a apenas R$ 12,6 mil.

O segundo maior PIB por habitante da região é o de Capitão Leônidas Marques, que também tem como base da economia a produção de energia a partir de uma usina hidrelétrica. Por lá foram R$ 64,1 mil (considerando o PIB global de R$ 1 bilhão e 15.724 moradores), O terceiro maior PIB per capita do oeste é o da pequena cidade de Entre Rios do Oeste. Com um PIB de quase R$ 194 milhões, considerando pouco menos de 4,3 mil habitantes, o município atingiu mais de R$ 46 mil na distribuição per capita.

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Interior representa 60,7% da economia estadual

Curitiba – Municípios do interior do Estado representaram, em 2015, o percentual recorde de 60,7% na formação do Produto Interno Bruto do Paraná, segundo dados do IBGE e do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social). No ano anterior, a participação do interior havia sido de 60% e, em 2010, de 55,3%. A Região Metropolitana de Curitiba ficou com 39,3%, contra 40% no ano anterior.

O secretário estadual do Planejamento e Coordenação Geral, Juraci Barbosa Sobrinho, comentou que o resultado faz parte de uma estratégia da gestão. “Desde janeiro de 2011, os municípios do Interior estão em constante evolução econômica, respondendo por uma fatia maior do PIB, o que reverte uma tendência anterior a este período”, disse.

Para o diretor-presidente do Ipardes, Júlio Suzuki Júnior, a diversificação produtiva e a industrialização da produção agropecuária têm funcionado como propulsores dos municípios do interior. “Muito também se deve à migração de investimentos para o Interior, atraídos pelo programa de incentivos”, comentou.

Ranking Nacional

Suzuki Júnior destacou o resultado paranaense no ranking nacional das economias municipais. “Entre as 100 maiores forças econômicas do País estão oito municípios do Paraná, o que é uma marca excelente para o Estado”, disse.

São eles: Curitiba, em 5º lugar nacional, com PIB de R$ 83,8 bilhões; São José dos Pinhais, em 34º no ranking, com PIB de R$ 22,7 bilhões; Londrina (PIB de R$ 17,7 bilhões); Maringá (R$ 15,4 bilhões); Araucária (R$ 13,9 bilhões); Foz do Iguaçu (R$ 12 bilhões); Ponta Grossa (R$ 11,8 bilhões) e Cascavel (R$ 10,1 bilhões).

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