Cotidiano

PIB de Cascavel pode dobrar em uma década, afirma especialista

Município aparece sempre com destaque no ranking do balanço entre admissões e demissões

Cascavel – Mesmo com as oscilações econômicas e com os desafios comuns ao Brasil, alguns municípios conseguem, por questões geográficas, por suas potencialidades ou pelo empreendedorismo de sua gente, superar dificuldades e seguir em uma promissora e contínua rota ascendente.

Cascavel foi citada como exemplo desse fenômeno pelo professor-doutor do curso de Economia do campus de Toledo da Unioeste, Jandir Ferrera de Lima, durante palestra ministrada na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel). O PIB (Produto Interno Bruto) cascavelense hoje é de R$ 5 bilhões – no Oeste perde apenas para o de Foz, que está em R$ 8 bilhões – e tende a dobrar no máximo em dez anos, pontuou Jandir.

Com o tema “Situação e tendências da economia do Oeste”, a apresentação de Jandir foi assistida por empresários e políticos e traçou paralelos sobre as atualidades mundial, brasileira e regional.

“Tudo está interligado. O que afeta outros mercados, como o norte-americano e o europeu, também tem repercussões por aqui”. Devido à sua pujança nas áreas de serviços, comércio, indústria e agronegócio, Cascavel cresce acima da média.

O município aparece sempre com destaque no ranking geral do balanço entre admissões e demissões e, mesmo em um ano de dificuldades, o saldo de janeiro a junho de 2015 foi superior a 1,5 mil empregos. As exportações são responsáveis pela injeção de somas consideráveis na economia local. Conforme Jandir, US$ 30 milhões entraram em junho e R$ 100 milhões no acumulado do ano.

“É muito dinheiro, porém, ao contrário do que se pensa, não é apenas o setor primário que dá atualmente o grande impulso econômico local”.

Estudos indicam que o segmento de serviços é responsável por 70% do VAB (Valor Agregado Bruto) do município.

Há vários desafios a serem enfrentados

Cascavel é referência em saúde especializada, ensino superior e produção primária, mas também tem também desafios a superar, conforme a apresentação de Jandir. A informalidade é um deles, com 30% da força de trabalho sem registro em carteira. Mas há outros, como deficiências nas áreas de capital humano e ambiental. Cerca de 35 mil estudantes iniciam n primeira série do ensino básico e apenas 20 mil chegam ao fundamental.

O município também enfrenta desigualdade de gênero no mercado de trabalho, com a valorização da mão de obra masculina na maioria dos setores.

“Essas são algumas dicas de ajustes necessários para que toda a potencialidade de crescimento local seja materializada”, conforme o professor da Unioeste.