São Paulo – A Polícia Federal prendeu ontem o empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS. A ordem foi expedida pela Justiça Federal de São Paulo.
Joesley Batista – já detido desde domingo por decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal) – também é alvo da ação, com mais um mandado de prisão.
As prisões decorrem de investigação aberta pela PF em São Paulo para apurar se os donos da JBS se aproveitaram da própria delação premiada, negociada com a Procuradoria-Geral da República, para ganhar dinheiro no mercado financeiro.
No pedido de prisão, os investigadores sustentam haver fartas provas de que Joesley e Wesley, sabendo do potencial explosivo do acordo de delação e de seus efeitos no mercado, agiram pessoalmente negociando ações do grupo e contratos futuros de dólares.
Também são investigados o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, a advogada Fernanda Tórtima, contratada pela empresa, e o ex-procurador da República Marcello Miller, que integrou o grupo de trabalho montado para auxiliar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Lava-Jato.
Cooptação
Durante a apuração sobre uso de informação privilegiada pelos donos da JBS, os policiais colheram indícios de que os irmãos Batista cooptaram Marcello Miller quando ele ainda integrava o Ministério Público Federal. Pela parceria, Miller e os irmãos Joesley e Wesley Batista são investigados pelo crime de corrupção. A OAB suspendeu ontem o registro de Miller por 90 dias. A operação foi batizada de Tendão de Aquiles.
