Policial

PF indicia Jaques Wagner por propina sobre estádio

Salvador – A Polícia Federal indiciou criminalmente por suposto recebimento de propinas nas obras do Estádio da Fonte Nova o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), alvo ontem da Operação Cartão Vermelho. Também foram enquadrados o secretário da Casa Civil do Estado, Bruno Dauster, e um empresário no inquérito que investiga desvios no empreendimento, situado em Salvador. Os três foram alvo de mandados de busca e apreensão na Cartão Vermelho.

O ex-governador da Bahia teve sua residência e seu gabinete na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do Estado vasculhados. A PF apreendeu 15 relógios de luxo na casa de Wagner, mídias, computadores e documentos.

A PF suspeita que o petista tenha levado R$ 82 milhões, em propina e doações não declaradas, de valores desviados das obras do estádio. O ex-governador chefiou o Estado entre 2007 e 2014.

Segundo a delegada Luciana Matutino Caires, em 2009, o superfaturamento das obras ultrapassava os R$ 200 milhões. O valor atualizado, afirmou, está em cerca de R$ 450 milhões.

A investigação mira irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio da Copa 2014. A Polícia Federal identificou que a licitação foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações, formado pelas empresas Odebrecht e OAS.

“Em razão das delações da Odebrecht e de material apreendido na OAS, nós verificamos que de fato o então governador recebeu uma boa parte do valor desviado do superfaturamento para pagamento de campanha eleitoral e de propina”, afirmou a delegada Luciana Matutino Caires.

Os dois indiciados negaram as denúncias.