Cotidiano

Petróleo supera US$ 80, maior valor desde 2014

Nova York – Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão dessa segunda-feira em forte alta apoiados pela decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e de um grupo de outros dez produtores, que, no fim de semana, resolveram não aumentar a produção da commodity, mantendo os níveis de oferta acordados em junho.

Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 1,83%, para US$ 72,08 por barril. Já na ICE (Intercontinental Exchange), o barril do Brent para o mesmo mês saltou 3,05%, para US$ 81,20, no maior nível desde 2014.

O último domingo foi marcado por uma reunião da Opep e de outros grandes produtores de petróleo para avaliar os níveis de conformidade do pacto para redução de oferta. A última reunião do grupo foi realizada em junho, quando os integrantes do acordo decidiram aumentar a produção de óleo cru a fim de equilibrar o mercado de petróleo. Neste domingo, os signatários do pacto resolveram manter a oferta constante em relação ao acordado em junho – o que fez com que os preços do petróleo saltassem nesta segunda-feira.

“Os problemas de fornecimento são reais”, afirmou o estrategista-chefe de energia da Macro Risk Advisors, Chris Kettenmann. “As sanções econômicas dos Estados Unidos ao Irã estão apenas agravando o fato de que os compradores precisam procurar em outro lugar a entrega de barris”, afirmou. Além disso, alguns investidores esperavam que a Opep pudesse aumentar a oferta de petróleo depois que o presidente americano, Donald Trump, instou o cartel a abaixar os preços da commodity.

Dado esse cenário, os analistas do Bank of America Merrill Lynch apontaram que "a probabilidade de um pico nos preços do petróleo e de um cenário de colisão semelhante ao observado em 2008 aumentou". O banco espera que o preço do Brent em 2019 atinja US$ 80 por barril, um aumento em relação à previsão de US$ 75 vista anteriormente.