Cotidiano

Petróleo sobe ao maior patamar em um ano

RIO – O petróleo sobe com força no mercado internacional nesta segunda-feira após o presidente da Rússia, afirmar que seu país apoia o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para congelar a produção ? única maneira, disse ele, de equilibrar o mercado atual de preços baixos. Em Nova York, o barril de WTI ganha 2,97%, a US$ 51,29. Em Londres, o Brent avança 2,45%, a US$ 53,20, seu nível mais alto desde outubro de 2015.

“A Rússia está preparada para se unir às medidas conjuntas para limitar a produção e convida outros exportadores a se juntar?, afirmou Putin no Congresso Mundial de Energia, que acontece em Istambul.

Putin disse ainda que espera que a Opep decida, em seu próximo encontro, em novembro, adotar cotas de produção para seus países membros. No mês passado, a entidade chegou a um entendimento para reduzir sua produção para 32,5 milhões de barris por dia (bpd), ante os atuais níveis de produção de cerca de 33,24 milhões de barris por dia. Os detalhes do acordo, porém, ainda precisam ser acertados. Desde o mês passado, os preços já se recuperaram em 15%.

Putin disse que a queda de mais de 50% nos preços da commodity desde meados de 2014 deu início ao maior período de retração de investimentos em 45 anos. Isso poderia levar a ?saltos imprevisíveis? nos preços, afirmou. ?É por isso que na situação atual acreditamos que o congelamento ou mesmo o corte [da produção de petróleo] é provavelmente a única decisão correta para manter a estabilidade do setor de energia global.?

O ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al Falih, disse mais cedo que está otimista com a perspectiva de o acordo ser fechado, mas fez uma ressalva. Para ele, a Opec não deveria estabelecer restrições rígidas demais. ?A Opec precisa se certificar de que não vai apertar demais [a produção] e criar um choque de mercado.? Ele disse ainda que o quadro de oferta e demanda ainda não está claro, então um corte pode não ser necessário. ?Não queremos dar o sinal errado ao mercado.?

Juntas, a Rússia e a Arábia Saudita respondem por um quinto das exportações globais do produto.

Os dois países aumentaram suas produções para níveis recordes neste ano, mas, como outras economias baseadas na commodity, viram seus orçamentos encolherem devido à queda nas cotações do óleo.