Cotidiano

Petrobras reduz venda de gás da Bolívia para 45% do total contratado

RIO – A Petrobras reduziu a importação de gás natural da Bolívia para cerca de 45% do volume máximo diário contratado com a estatal boliviana YPFB, devido à queda da demanda interna e ao aumento da oferta nacional, disse a companhia nesta quarta-feira. Nos últimos anos, a importação de gás da Bolívia girou em torno dos 30 milhões de metros cúbicos por dia, próximo do volume total contratado.

“A queda na importação reflete a redução conjuntural da demanda brasileira termelétrica e do mercado industrial, somada ao aumento da oferta de gás nacional, e está de acordo com as obrigações e direitos da Petrobras em seus contratos”, disse a empresa em nota.

A Petrobras não detalhou os termos do contrato ou informou qual o volume exato que está sendo importado da Bolívia.

Mas, segundo o especialista da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmar de Almeida, o contrato da Petrobras com a Bolívia prevê um pagamento obrigatório mínimo pela carga de 24 milhões de metros cúbicos por dia, mesmo que o volume não seja totalmente importado no momento.

? Os 24 milhões (de metros cúbicos/dia) são o mínimo que ela tem que pagar, é o ‘take or pay’. Se ela estiver importando menos, ela vai pagar esse valor e fica com um crédito de gás para puxar depois ? explicou o professor.

Na nota, a Petrobras destacou que o atual contrato de importação está previsto para terminar em 31 de dezembro de 2019, podendo ser automaticamente prorrogado até que todo o volume máximo contratado seja retirado pela petroleira.

Com a proximidade do fim do contrato, agentes de mercado têm se perguntado qual será a postura da empresa na contratação futura do gás boliviano, uma vez que a Petrobras está reduzindo sua participação neste mercado, vendendo ativos de gás e abrindo espaço para novos competidores.

Por outro lado, a produção de gás da Petrobras está crescendo, impulsionada pela extração do pré-sal.

A produção de gás da Petrobras no Brasil somou um recorde de cerca de 77 milhões de metros cúbicos por dia em 2016, em média, ante 74,4 milhões em 2015.

Questionada sobre a renegociação do contrato com a Bolívia, a empresa afirmou apenas que “avaliará oportunamente os termos e as condições deste possível novo instrumento contratual”.