Cotidiano

Pessimista, comércio dispensa temporários

Marechal Cândido Rondon – Mesmo com os sinais de que a economia está reagindo, mesmo que de maneira lenta e gradativa, as expectativas do comércio varejista para este fim de ano não são as melhores. Para o vice-presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná), o empresário toledano Claudenir Machado, de modo geral as vendas devem subir um pouquinho no Paraná, mas se elas se mantiverem nos patamares de 2016 já é algo para se comemorar.

“Ainda percebemos que as pessoas estão sob a influência da crise e muito acaba sendo reforçado quando se repete tanto na mídia, por exemplo. As pessoas deixam de comprar porque preferem segurar um pouco mais o dinheiro do que correr riscos lá na frente. A tendência é para que em 2018 isso comece a mudar, apesar de que na região oeste a crise demorou mais para chegar e ela será uma das primeiras a sair, graças ao bom desempenho do agronegócio”, destacou.

Mas enquanto 2018 não chega trazendo novos horizontes à economia, a regra continua sendo a cautela. Segundo o presidente da Acimacar (Associação Comercial e Industrial de Marechal Cândido Rondon), Gerson Froehner, os sinais de que a crise ainda impera é a adesão abaixo do esperado por lojistas na campanha de Natal. “Esperávamos já ter fechado um percentual maior, mas ainda não conseguimos, por isso resolvemos ampliar as datas para que mais empresários possam participar”.

Segundo ele, a meta era chegar a 100% dos mais de 1,6 mil associados da Acimacar, na maior associação per capita do Estado, mas por enquanto esse percentual beira os 85%, faltando cerca de 80 dias para o Natal, a principal data de vendas do ano todo.

Animação no comércio não é a palavra-chave. Isso porque a tendência para as vendas não é de crescimento. “Se vendermos neste Natal o que vendemos no Natal passado já será algo positivo. Temos consciência de que será uma data das ‘lembrancinhas’, nada de presentes caros”, destacou.

Agências não oferecem vagas temporárias

No período em que as empresas deveriam estar se preparando para as contratações de fim de ano, a notícia também não é positiva. Em cidades como Toledo, Cascavel e Marechal Cândido Rondon, serão poucos, ou quase nenhum, os lojistas que vão ampliar o quadro de colaboradores nas próximas semanas. “O que temos percebido é que os empresários enxugaram seus quadros, otimizaram suas equipes e viram que dá para tocar assim por mais algum tempo. Elas estão dando conta das vendas e por isso, como as comercializações devem se estabilizar, a tendência é de que poucos contratem. Quem geralmente efetivava de três a quatro pessoas, neste ano, se muito, vai contratar mais uma pessoa”, explica o presidente da Acimacar, Claudenir Machado.

Para o vice-presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comercio Varejista de Cascavel e Região Oeste do Paraná), Leopoldo Furlan, em Cascavel pode até ser que as vendas cresçam um pouco, mas algo em torno de 1% a 2%, no máximo. “Também percebemos que os lojistas compraram menos estoques, apostaram mesmo naquilo que deverá vender para não deixar o dinheiro parado na loja e depois mandar para o estoque ou serem obrigados a vender a preço de custo. Então, a aposta é comprar aquilo que se espera mesmo vender”, resumiu.

O reflexo direto das baixas contratações temporárias está na oferta de vagas nas Agências do Trabalhador. Na região, elas ainda estão tímidas e em algumas das principais unidades, como em Cascavel e Toledo, por exemplo, não foi aberta vaga alguma para ocupação temporária.