Cotidiano

Peso mexicano desaba 13% com preocupações por vitória de Trump

CIDADE DO MÉXICO – O peso mexicano desabou após o republicano Donald Trump ter desafiado as previsões e derrotado a democrata Hillary Clinton na disputa pela Presidência dos Estados Unidos, em uma vitória que abalou os mercados globais nesta quarta-feira. O peso enfraqueceu mais de 13%no after-market do México, ultrapassando a barreira dos 20 pesos por dólar, maior queda desde a Crise da Tequila em 1994.

O banco central do México convocou uma entrevista à imprensa conjunta com o Ministério das Finanças para as 11:00 (horário de Brasília). Três economistas disseram à Reuters que esperam que o banco central mexicano eleve a taxa de juros nesta quarta-feira com a vitória de Trump, enquanto um deles disse que o banco pode optar por um swap com o Federal Reserve (Fed), banco central americano, dependendo da movimentação do peso.

A moeda mexicana reduziu as perdas e caiu cerca de 8,5%, a 19,875 por dólar no início da quarta-feira, depois que Hillary admitiu a vitória de Trump em uma ligação telefônica.

As ameaças de Trump de acabar com um acordo de livre comércio com o México e taxar o dinheiro enviado pelos imigrantes para pagar pela construção de um muro na fronteira entre os países tornaram o peso particularmente reativo aos acontecimentos na disputa pela Casa Branca.

? Há muito pânico no mercado, é definitivamente um resultado que não se estava esperando ? disse o estrategista do Banorte-IXE, Juan Carlos Alderete. ? Os movimentos são muito fortes, o mercado está mostrando maior aversão ao risco em busca de ativos seguros.

PLANO DE CONTINGÊNCIA

O país já havia informado que preparava um plano de contingência para um resultado ?adverso? na eleição presidencial dos Estados Unidos.

? Se a situação adversa se materializar, é previsível que as autoridades mexicanas reajam de alguma maneira. É um plano de contingência que estamos discutindo com o Ministério das Finanças, esperamos não ter que usá-lo ? disse o presidente do Banco Central mexicano, Agustín Carstens.

? Seja como for, nós, as autoridades, precisaríamos ajustar nossa formulação de políticas se necessário ?acrescentou, sem dar detalhes do plano de contingência.

No dia 30 de setembro, Carstens comparou uma vitória de Trump a um furacão se abatendo sobre o México.