Cotidiano

'Pequeno segredo' é o selecionado brasileiro para disputar uma vaga no Oscar

SÃO PAULO ? “Pequeno segredo” foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, anunciou na manhã desta segunda-feira, Na sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o Ministério da Cultura. Dirigido por David Schurmann, o longa desbancou 15 outros candidatos, incluindo na lista os polêmicos “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e “Chatô – O rei do Brasil”, de Guilherme Fontes.

onhecidos por suas viagens ao redor do mundo a bordo de veleiros, Heloísa Schurmann (Júlia Lemmertz) e Vilfredo Schurmann (Marcello Antony) adotam Kat e mantêm guardado um segredo sobre a criança. O longa conta essa história por meio de três linhas narrativas diferentes. A estreia está prevista para 10 de novembro.

A comissão especial que selecionou o representante brasileiro foi formada pelos produtores Adriana Rattes e Luiz Alberto Rodrigues; pelo diplomata George Torquato Firmeza; pelo crítico Marcos Petrucelli; pelo programador Paulo de Tarso Basto Menelau; pelas pesquisadoras Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves, e pelos diretores Carla Camurati e Bruno Barreto, que presidiu a comissão. Eles foram escolhidos pela Secretaria do Audiovisual, chefiada pelo economista Alfredo Bertini, diretor e idealizador do Cine PE.

Desde o início do processo, a escolha do representante brasileiro no Oscar foi cercada por polêmicas. Nas redes sociais, Petrucelli fez críticas contra o protesto da equipe de “Aquarius”, durante o Festival de Cannes, em maio. Por ter sido selecionado para a disputa da Palma de Ouro, o longa era considerado forte candidato. Pequeno Segredo: Trailer oficial

A polêmica seguiu. No mês passado, os diretores Gabriel Mascaro, do filme “Boi neon”, e Anna Muylaert, de “Mãe só há uma”, anunciaram que não submeteriam seus filmes à comissão em solidariedade a “Aquarius” e em protesto contra a parcialidade de um de seus integrantes. Em seguida, o cineasta mineiro Guilherme Fiúza Zenha e a atriz Ingra Lyberato pediram desligamento, alegando problemas pessoais, e foram substituídos por Carla Camurati e Bruno Barreto.

Em 1999, “Central do Brasil”, de Walter Salles, foi o último escolhido como representante brasileiro a receber a indicação ao Oscar de filme estrangeiro. Antes do longa, foram indicados na mesma categoria “O pagador de promessas” (1963), “O quatrilho” (1996), “O que é isso, companheiro?” (1998). Nenhum deles ganhou.

Na América Latina, a Argentina obteve sete indicações à estatueta de filme estrangeiro. Dois filmes ganharam: “História oficial” (1986) e “O segredo de seus olhos” (2010).

Os longa-metragens que participaram da seleção foram:

“A despedida”, de Marcelo Galvão

“Mais forte que o mundo”, de Afonso Poyart

“O outro lado do paraíso”, de André Ristum

“Pequeno segredo”, de David Schurmann

“Chatô ? O rei do Brasil”, de Guilherme Fontes

“Uma loucura de mulher”, de Marcus Ligocki Júnior;

“Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho

“Nise ? O coração da loucura”, de Roberto Berliner

“Vidas partidas”, de Marcos Schetchman

“O começo da vida”, de Estela Renner

“Menino 23: infâncias perdidas no Brasil”, de Belisario Franca

“Tudo que aprendemos juntos”, de Sérgio Machado

“Campo Grande”, de Sandra Kogut

“A bruta flor do querer”, de Andradina Azevedo e Dida Andrade

“Até que a casa caia”, de Mauro Giuntini

“O roubo da taça”, de Caito Ortiz

“A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Vinícius Coimbra, foi inabilitado por ter sido lançado fora do período exigido pela Academia de Hollywood, de 1° de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016.

Representantes brasileiros nas últimas edições do Oscar:

2016 – “Que horas ela volta?, de Anna Muylaert

2015 – “Hoje eu quero voltar sozinho”, de Daniel Ribeiro

2014 – “O som ao redor”, de Kleber Mendonça Filho

2013 – “O palhaço”, de Selton Mello

2012 – “Tropa de elite 2: O inimigo agora é outro”, de José Padilha

2011 – “Lula, o filho do Brasil”, de Fábio Barreto

2010 – “Salve geral”, de Sérgio Rezende

2009 – “Última parada 174”, de Bruno Barreto.