Economia

Pela 1ª vez na pandemia, segmentos em alta são maiores que os em baixa

No acumulado de 2020, as maiores altas permanecem com o setor alimentício, espelhando comportamento da população durante a crise

Curitiba – As vendas no comércio varejista paranaense mantiveram em agosto os níveis de recuperação observados em julho e junho, após as intensas quedas registradas em abril e maio. O boletim conjuntural elaborado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos Estruturantes, divulgado nessa quinta-feira (10), mostra que 6 dos 11 segmentos analisados fecharam o mês com altas nas vendas, em relação a agosto de 2019.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de segmentos com aumento nas vendas superou o de grupos em baixa no fechamento do mês. Os setores em alta são áudio, vídeo e eletrodomésticos (50%), informática e telefonia (20%), materiais de construção e ferragens (15%), cama, mesa e banho (11%), hipermercados e supermercados (10%) e farmácias (4%).

Foram verificadas quedas nas vendas de restaurantes e lanchonetes (-40%), calçados (-25%), vestuário e acessórios (-16%) e veículos novos (-10%). Os percentuais de queda, contudo, são os mais baixos desde março, o que demonstra reação constante.

No acumulado do ano, cinco dos 11 segmentos avaliados registram altas na comparação com 2019. São eles: áudio, vídeo e eletrodomésticos (10%), hipermercados e supermercados (9%), farmácias (6%), materiais de construção e ferragens (3%) e informática e telefonia (2%). Outros 6 segmentos avaliados ainda registram perdas: restaurantes e lanchonetes (-36%), calçados (-34%), vestuário e acessórios (-28%), veículos novos (-17%), cama, mesa e banho (-13%) e cosméticos, perfumes e higiene pessoal (-8%).

Produtos

No recorte de vendas totais por produto (que inclui as negociações de mercadorias entre empresas ao longo da cadeia produtiva e as exportações), 20 grupos tiveram altas em agosto, enquanto sete registraram perdas. Os principais destaques positivos no comparativo com o mesmo mês de 2019 foram linha branca (59%); notebooks (53%); e telefones celulares (51%).

No acumulado de 2020, as maiores altas permanecem com o setor alimentício, espelhando comportamento da população durante a crise. Os destaques são: cereais, farinhas, sementes, chás e café (34%); frutas, verduras e raízes (23%); carnes, peixes e frutos do mar (20%); produtos químicos (20%); e notebooks (17%). Por outro lado, as maiores baixas no ano concentram-se em vestuário (-27%), automóveis (-27%), caminhões e ônibus (-23%), tratores (-15%) e motocicletas (-12%).