Cotidiano

Pedro Paulo mira em eleitores que aprovam administração Paes

RIO ? Sem conseguir decolar nas pesquisas, o candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo, decidiu aumentar a exposição na campanha de seu padrinho político, o prefeito Eduardo Paes, na tentativa de conquistar o eleitorado que aprova a administração municipal. Nesta sexta-feira, os dois fizeram caminhada em Madureira, na Zona Norte, reduto eleitoral de Paes.

Pedro Paulo também subiu o tom, nesta sexta-feira, contra os candidatos Marcelo Freixo (PSOL) e Jandira Feghali (PCdoB), apostando no voto útil para levá-lo ao segundo turno. Até agora mais propositiva, a campanha peemedebista deve apostar, nessa reta final do primeiro turno, na rejeição a esses adversários e a Marcelo Crivella (PRB), líder nas pesquisas, para tentar atrair os eleitores de Carlos Osorio (PSDB) e Indio da Costa (PSD).

? O bispo Crivella está praticamente assegurado no segundo turno. A minha (candidatura) disputa com duas candidaturas que são completamente o oposto do que eu proponho. De um lado, o Pinóquio de Niterói, que é o candidato do PSOL, Marcelo Freixo. E de outro, a candidata (Jandira) que representa um pouco o Brasil que não está dando certo e a crise que estamos vivendo. Minha candidatura é a única que pode chegar ao segundo turno e efetivamente vencer a candidatura do bispo Crivella ? disse Pedro Paulo.

Jandira tem nacionalizado a campanha, defendendo os governos de Dilma Rousseff e Lula. O candidato do PMDB era aliado de Dilma, mas desembarcou e votou a favor do impeachment.

Na tentativa de se apresentar como a mais bem preparado para administrar a cidade, Pedro Paulo também chamou Freixo de ?Peter Pan?.

? Um menino que não se renovou com suas ideias e que vem agora achando que a cidade é simplesmente a Zona Sul ou a praça São Salvador. Traz ideias que são atrasadas, já vencidas pela História e pelos fatos ? disse ele, referindo-se à praça em Laranjeiras que é um reduto da esquerda.

Paes foi na mesma linha:

? Vai chegar uma hora em que a população vai ter que ter um mínimo de atenção, não dá para brincar com a cidade. Ninguém mais do que eu sabe o que é manter uma prefeitura viva em um ano de crise. É uma canetada irresponsável dessas românticas que eu vejo o Peter Pan, o Pinóquio (Freixo) ou a Jandira, é para quebrar essa cidade. O bispo Crivella nem se fala, esse nunca administrou nada na vida. Ali não é lugar para brincadeira, para amador. Brincar de Jandira e Freixo nessa posição é jogar o Rio no buraco.

Fiador da candidatura de Pedro Paulo, que foi seu secretário da Casa Civil e de Governo, Paes não estava participando das agendas de campanha de seu afilhado político. Pedro Paulo sustenta que o prefeito estava pedindo votos para ele em outras atividades, fora do horário de expediente e nos finais de semana. No entanto, pesquisas internas da campanha estiveram por trás da estratégia de manter Paes longe do front eleitoral. A preocupação era com o desgaste pessoal do prefeito, devido a declarações polêmicas. A última foi em um vídeo, vazado nas redes sociais, no qual Paes diz a uma mulher que ela iria ?trepar muito? no quarto do apartamento que acabava de receber da prefeitura.

A campanha peemedebista decidiu rever essa estratégia de olho nos 30% que consideraram a administração de Paes ótima ou boa em pesquisa Datafolha divulgada ontem, a dez dias do primeiro turno da eleição municipal.

Na mesma pesquisa, Crivella mantém a liderança isolada para a prefeitura do Rio, com 31% das intenções de voto. Os números indicam que haverá segundo turno, mas o adversário de Crivella está indefinido. Cinco concorrentes seguem empatados tecnicamente em segundo lugar. Marcelo Freixo (PSOL) tem 10%; Jandira Feghali (PCdoB) e Pedro Paulo (PMDB), 9%; Flávio Bolsonaro (PSC) aparece com 7%; e Indio da Costa (PSD), com 6%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.