Cotidiano

Pedro Paulo é alvo de ataques em debate de candidatos a prefeito do Rio

RIO ? O segundo debate entre candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, transmitido pela Rede TV na noite desta sexta-feira, começou centrado em ataques a Pedro Paulo, do PMDB, secretário de governo do atual prefeito Eduardo Paes, do mesmo partido. Marcelo Crivella (PRB), líder nas pesquisas com 29% das intenções de voto, segundo o Datafolha, criticou a atual gestão no saneamento básico, quando perguntado sobre o tema por Pedro Paulo, e aproveitou sua pergunta para pedir a Marcelo Freixo (PSOL) que comentasse a denúncia de que o candidato do PMDB copiou seu programa de governo de um documento elaborado pela empresa McKinsey à Prefeitura do Rio, ao custo de R$ 7 milhões.

Eleições Rio 0809

? Quando eu comparei o programa do candidato e o trabalho entregue pela empresa, era o mesmo. Não mudaram uma vírgula ? criticou Freixo.

Já Crivella foi espirituoso ao comentar a questão do saneamento básico. O candidato do PRB apresentava bom humor desde o início do debate: ele havia batido palmas ao ritmo da música de abertura do debate, além de ter parafraseado um trecho bíblico em suas considerações iniciais.

? No meu governo quem vai entrar pelo cano é o esgoto. Quero ter 100% do esgoto encanado na cidade ? afirmou Crivella ao responder Pedro Paulo, que havia centrado suas promessas na Zona Oeste ao levantar o tema:

? Em 2008, metade da Zona Oeste tinha 5% de acesso ao saneamento. Hoje, tem 31%. Até o fim do ano, terá de 45% a 50% ? projetou Pedro Paulo.

Antepenúltimo a responder no primeiro bloco do debate, que consistia em perguntas com tema livre entre os candidatos, Alessandro Molon (Rede) ironizou o candidato do PMDB:

? Bom mesmo é morar no planeta Pedro Paulo, onde tudo vai bem. As crianças aprendem muito mais, apesar do Ideb não mostrar isso ? alfinetou Molon.

Indio da Costa (PSD) fechou o primeiro bloco de perguntas e respostas lembrando o caso de doações de servidores da Prefeitura ao candidato Pedro Paulo (PMDB), apoiado pelo prefeito Eduardo Paes, episódio que é alvo de investigação por suspeita de uso da máquina pública em prol de uma candidatura.

Pesquisas – Eleições – 09.09

? Infelizmente, eu sou muito próximo de servidores públicos, mas não tive a oportunidade como o Pedro Paulo, que teve 57 servidores doando 5 mil reais cada para sua campanha ? apontou Indio.

POLÍTICA NACIONAL VIRA TEMA

A política nacional também foi tema do primeiro bloco de perguntas entre os candidatos. Falando sobre o aumento do desemprego no país, o candidato Carlos Osório (PSDB) perguntou à candidata Jandira Feghali (PC do B) se ela levaria ao Rio o “modelo que quebrou o Brasil”, alusão ao governo de Dilma Rousseff (PT) ao qual Jandira é aliada. Em resposta, deputada foi dura:

? O modelo que quebra o país é o modelo do governo que o senhor apoia neste momento. Um governo que corta recurso em política de infraestrutura, deixa livre o pagamento de juros para os bancos ? disse Jandira.

Logo no início do debate, nas considerações iniciais dos candidatos, Flavio Bolsonaro (PSC) começou sua fala desejando ?um democrático ?Tchau Querida??, referindo-se ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Jandira Feghali, que se pronunciou em seguida, preferiu abrir sua fala com um ?Fora Temer?. Já o candidato do PSOL, Marcelo Freixo, lembrou que não participou do primeiro debate e culpou ?uma lei absurda do Eduardo Cunha?, lembrando que a votação sobre a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara federal deve acontecer na segunda-feira.