Cotidiano

Pedidos de falência caem 22,6% no 1º trimestre

São Paulo – Os pedidos de falência caíram 22,6% no acumulado trimestral em relação ao mesmo período de 2017, segundo dados com abrangência nacional da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Mantida a base de comparação, as falências decretadas e os pedidos de recuperação judicial aumentaram 28,4% e 23,4%, respectivamente. As recuperações judiciais deferidas registraram queda de 8,3% no mesmo período.

Os resultados do primeiro trimestre apontam para a continuidade da tendência de queda nos pedidos de falência. O movimento de queda está atrelado à melhora nas condições econômicas ao longo do último ano, que permitiu às empresas apresentarem sinais mais sólidos nos indicadores de solvência. Fato que deve continuar, caso o cenário de recuperação se consolide para os principais setores produtivos da economia.

As pequenas empresas apontam que tanto para os pedidos de falências quanto para pedidos de recuperação judicial houve uma representação de 92% dos casos. Com relação às falências decretadas e recuperação judicial deferida, também houve predominância de ocorrências entre pequenas empresas, sendo de 94% e 93%, respectivamente.

Na divisão por setor, serviços foram o que representaram o maior percentual nos pedidos de falência (44%), seguidos do setor industrial (30%) e do comércio (26%).

Saída de dólares

Mais dólares saíram do que entraram no País pelo segundo mês seguido. Em março, o saldo negativo ficou em US$ 3,940 bilhões, depois de registrar saída líquida (descontada a entrada) de US$ 1,454 bilhão, em fevereiro, de acordo com dados do Banco Central divulgados ontem.

Mesmo com os resultados de fevereiro e março, no fluxo cambial do primeiro trimestre o saldo ficou positivo em US$ 2,669 bilhões, contra US$ 1,969 bilhão registrado em igual período de 2017. O resultado positivo no primeiro trimestre ocorreu por conta do superávit registrado em janeiro de US$ 8,063 bilhões.

Já o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), no primeiro trimestre, está negativo em US$ 9,761 bilhões.

E o fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) ficou positivo em US$ 6,532 bilhões, em março, e em US$ 12,430 bilhões, no primeiro trimestre.

Confiança recua

Depois de subir no início do ano, a confiança do consumidor caiu pelo segundo mês consecutivo, revelou ontem a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) atingiu 101,9 pontos em março, valor 0,8 ponto inferior ao registrado em fevereiro.

O indicador continua abaixo da média histórica, de 108 pontos, o que, para a CNI, mostra a preocupação dos brasileiros com a economia. Segundo o levantamento, a redução foi provocada pela diminuição do otimismo com a queda da inflação e o aumento do emprego e da renda nos próximos seis meses.

O índice de expectativa de inflação caiu 2,7%, o de desemprego recuou 2,6% e o de renda pessoal diminuiu 2,9% em março na comparação com fevereiro. Isso reflete o aumento de pessoas que esperam que a inflação suba, o desemprego aumente e a renda pessoal caia. Esses três indicadores compõem o Inec.

Realizado em parceria com o Ibope, o levantamento ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 22 e 25 de março.

Energia nova

Distribuidoras assinaram ontem, em leilão realizado em São Paulo, contratos de fornecimento de energia que somam R$ 6,74 bilhões. O leilão é de "energia nova", o que significa que novas usinas serão construídas para produzir essa eletricidade. A previsão é que ela comece a ser entregue em janeiro de 2022.

Segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), a energia foi vendida no leilão a um preço médio de R$ 124,75 por MWh, 59,07% menor que o preço máximo previsto.

No caso das usinas eólicas e solares contratadas, os preços foram os mais baixos já registrados em leilão: R$ 67,60 por MWh e R$ 118,07 por MWh, respectivamente. No caso da eólica, o deságio foi de 73,49%.

De acordo com a CCEE, a economia para o consumidor será de R$ 9,73 bilhões se comparada ao valor máximo fixado para o leilão. No total, foi contratada a construção de 39 usinas, sendo 29 solares, 4 hidrelétricas, 4 eólicas e 2 usinas térmicas movidas a biomassa.

Raspadinha

O governo federal regulamentou ontem o funcionamento da Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva), conhecida como raspadinha, quando o apostador sabe, na hora em que raspa o cartão, se ganhou algum prêmio. O decreto estabelece as regras para as apostas, divisão dos recursos de arrecadação e pagamento dos prêmios.

As apostas poderão ser físicas ou virtuais e só poderão ser feitas por pessoas maiores de 18 anos. Cada série de aposta será comercializada conforme o plano de distribuição homologado pelo Ministério da Fazenda, que deverá incluir, por exemplo, a quantidade e o preço das apostas, a quantidade e o valor dos prêmios, a probabilidade de premiação e o prazo de circulação. Do valor, 65% será destinado para a premiação. Para as despesas de custeio e manutenção do operador da Lotex serão destinados 18,3% e o restante irá para Ministério do Esporte (10%), Fundo Penitenciário Nacional (3%), entidades de prática desportiva profissional de futebol (2,7%) e para a Seguridade Social (1%).