Saúde

Pazuello diz que vacinas começam a ser distribuídas às 7h de segunda-feira para todos os estados

Ministro prevê início da vacinação para quarta-feira às 10h

Pazuello diz que vacinas começam a ser distribuídas às 7h de segunda-feira para todos os estados

Durante entrevista neste domingo (17), no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse  que o governo federal começa nesta segunda, às 7h, a distribuição de vacinas contra a Covid-19 para todos os estados.

Ele também previu o início da campanha para quarta-feira, às 10h. A distribuição, segundo o ministro, será feita pela FAB a “pontos focais” definidos por cada estado. “Está dado o primeiro passo para o início da maior campanha de vacinação do mundo contra o coronavírus”, afirmou, referindo-se à aprovação da Anvisa. “Poderíamos num ato simbólico ou numa jogada de marketing iniciar a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso”, acrescentou o ministro. Ele afirmou que a aplicação da primeira dose da vacina em São Paulo é “uma questão jurídica”.

“Todas as vacinas produzidas pelo Butantan estão contratadas de forma integral e de forma exclusiva para o Ministério da Saúde e para o PNI, todas, inclusive essa que foi aplicada agora. Isso é uma questão jurídica. Não vou responder agora, porque a Justiça que tem que definir. Como foi feita a entrega sem ter feito a liquidação nos nossos depósitos, para depois para a distribuição para o estado”, disse Pazuello. “Isso é uma questão que sai, vai para o lado do contrato efetuado. Tudo o que tem no Estado de São Paulo no Butantan é contratado pelo MS, pago pelo SUS, pago pelos senhores. E o contrato é claro, ele é de exclusividade, de 100% das doses”, disse o general.

Pazuello disse que as 6 milhões de doses do Butantan serão distribuídas proporcionalmente aos estados. “Qualquer movimento fora desta linha está em desacordo com a lei”.

O ministro disse que o “Ministério da Saúde vem trabalhando junto com o Butantan pelo desenvolvimento da vacina desde o início” e que “tudo o que foi comprado no Butantan”, “todas as vacinas” foi com recursos do SUS: “Não foi com nenhum centavo de São Paulo”.

Em São Paulo, o governador João Dória respondeu: “Eu estou atônito com as declarações do ministro da saúde do Brasil. Diz o ministro Eduardo Pazuello: ‘as vacinas foram compradas com dinheiro do SUS, do governo federal, e não com o dinheiro do governo de São Paulo’. Ministro, é inacreditável, como ministro do estado da saúde, sem o menor zelo com a saúde, sem ser médico, sem ter conhecimento nenhum da saúde, sem planejamento, um desastre completo na saúde, ainda mente ao dizer isso. A vacina do Butantan só está em São Paulo e no Brasil porque foi investimento do governo do Estado de São Paulo, ministro. Não há um centavo até agora, até agora, do governo federal, para a vacina, nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa. Nada. Chega de mentira, ministro. Trabalhe pela saúde do seu povo, seja honesto”, afirmou.

“Chega de mentira, ministro. Trabalhe pela saúde do seu povo, seja honesto, seja decente, aprenda aquilo que na escola militar o senhor aprendeu. Se o senhor não conhece medicina, não conhece programa de imunização, pelo menos o corpo técnico do seu ministério, e respeite a verdade”, disse ainda Dória.

O Brasil aguarda chegada da vacina de Oxford  – Enquanto começará a vacinação com as doses da CoronaVac que já estão disponíveis, o Brasil ainda aguarda a chegada de 2 milhões de dose do outro imunizante aprovado pela Anvisa, o da AstraZeneca, que foi desenvolvido na Fiocruz (RJ) em parceria com a Universidade de Oxford (Inglaterra).

A remessa do imunizante foi comprado de um laboratório indiano parceiro da farmacêutica AstraZeneca, mas a entrega acabou atraso devido a impasses na negociação entre os países e conflitos de natureza diplomática.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou neste domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19.